Gilmar x Herman: Troca de farpas e ironias no embate entre ministros do TSE
BRASÍLIA - O segundo dia do julgamento da chapa Dilma-Temer terminou ainda na análise das questões preliminares, sem nenhum voto, mas foi quente principalmente devido aos embates entre o relator do caso, Herman Benjamin, e o presidente da corte, Gilmar Mendes.
Desde o início, ficou claro que uma das estratégias de Benjamin era usar votos antigos de Gilmar em sua argumentação, tentando explicitar possíveis contradições do presidente do TSE em temas como a aceitação de novas provas durante o processo.
Durante as quase quatro horas de sessão, foram várias as trocas de farpas e ironias entre os dois. Veja os principais momentos de embate:
Gilmar: Agora Vossa Excelência tem mais um desafio: manter o processo aberto e trazer a elação da JBS e talvez na semana que vem do (ex-ministro Antonio) Palocci. Para mostrar que o argumento de Vossa Excelência é falacioso.
Gilmar: Esta ação só existe graças a meu empenho, modéstia às favas. Vossa Excelência só está brihando no Brasil todo, na TV, graças a isso.
Herman: Vossa Excelência sabe que prefiro o anonimato. É bom um esclarecimento aqui, presidente: processo em que se discute condenação, em qualquer natureza, não tem e não deve ter nenhum glamour pessoal.
CABARÉ
Herman deu exemplo de que teve de ouvir grande número de testemunhas (havia denúncia de que propinas eram pagas em "cabarés")
Herman: Esqueceu de mencionar os donos de inferninhos, para usar a expressão de uma das testemunhas, os donos de cabaré
Gilmar: Vossa Excelência não precisou fazer inspeção não, né?
Herman: Não fiz a inspeção nem foi pedido. E não usei de meus poderes de produção de prova extraofício para tanto.
Herman: Vossa excelência tem que pedir desculpas a si mesmo.
NOVA INTERRUPÇÃO
Ao se referir a tese de que vazamento anula a prova, Herman foi interrompido por Gilmar que afirmou que não há divergência de que vazamentos não podem anular processos.
Herman: Quem está falando aqui sou eu.
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