^{Foto: TV Globo. Karan na novela 'América', seu último trabalho na TV antes da doença se manifestar.}

O ator Guilherme Karan, de 57 anos, segue internado há 1 ano e meio no Hospital Naval Marc[ilio Dias, na zona Norte do Rio de Janeiro, com a síndrome de Machado-Joseph, uma rara doença hereditária, neurológica, que faz com que a pessoa perca a capacidade motora.

Aos 90 anos, o pai do artista, o almirante da Marinha Alfredo Karan, contou ao site Ego que continua visitando o filho no hospital, e que ele não fala e nem anda mais. "Consegui que ele ficasse internado no Marcílio Dias. Lá ele é muito bem tratado. Guilherme perdeu as funções motoras. Não fala, não anda mas é completamente lúcido", diz. 



Em uma das visitas ao filho, o idoso o encontrou chorando ao assistir na TV uma cena em que contracenava com Lima Duarte na novela "Meu bem, meu mal". "Ele sofre muito em não poder trabalhar mais”, revela.

Guilherme herdou a doença da mãe, que morreu da síndrome. Todos os outros três irmãos de Karan apresentaram a doença. Dois já morreram, e a caçula, Luciana, de 48 anos, segue doente. 

Alfredo relembra que Guilherme começou a manifestar os primeiros sintomas da síndrome Machado-Joseph quando atuava em “América", novela de 2005 escrita por Glória Perez. "A perda do equilíbrio é o primeiro sintoma. Depois vêm os outros degenerativos. No início ele estava aqui em casa comigo e não queria receber visitas. Mas na época o convenci a deixar que os amigos viessem vê-lo. Glória Perez, Tessy Callado... São algumas que sempre o procuraram”, conta.



Alfredo, que mora sozinho na zona Oeste do Rio, se reveza na visita aos filhos e conta com muita coragem na hora de aguentar a dor de ver os filhos morrerem com a mesma doença que levou sua esposa. 

Ele conta que a síndrome não é prioridade da ciência para a descoberta da cura, por ser rara.  "Eles desconsideram a síndrome, por ela atingir poucas pessoas”, diz. 

A síndrome de Machado-Joseph, se manifesta  no indivíduo entre 35 e 50 anos, podendo surgir mais tarde ou mais cedo conforme a gravidade. A incidência é de 0,3 a 2 pessoas acometidas a cada 100 mil habitantes no mundo.