Crianças morrem de hipotermia após fugirem de combates na Síria
A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou nesta quinta-feira (31) que um total de 29 crianças e recém-nascidos morreram, a maioria por hipotermia, nas últimas 8 semanas na província síria de Al Hasakah, no nordeste do país.
"A situação no acampamento de Al Hol é dilaceradora. As crianças estão morrendo de hipotermia quando suas famílias fogem para zonas seguras", denunciou Elizabeth Hoff, representante da OMS na Síria.
O acampamento teve a sua população triplicada em menos de dois meses. Segundo a organização, 23 mil pessoas, principalmente mulheres e crianças, chegaram ao acampamento nesse período, após deixar seus lares pelas hostilidades na província de Deir ez Zor, no nordeste da Síria.
Nessa região, as Forças da Síria Democrática (FSD), uma aliança integrada majoritariamente por milícias curdas, desenvolve uma ofensiva contra os últimos redutos do grupo jihadista Estado Islâmico (EI), o que provocou a fuga de milhares de civis.
Em comunicado, a organização da ONU detalhou que os menores morreram durante o deslocamento para o campo de Al Hol ou logo após chegar a este lugar.
"Muitos deles caminharam ou viajaram em caminhões abertos durante vários dias e noites, no duro frio do inverno", disse a OMS.
Além disso, milhares de civis foram obrigados a passar várias noites nos arredores do acampamento "ao ar livre, sem tendas, cobertores e nem calefação" devido ao grande número de pessoas que chegam ao campo de deslocados.
Desde o começo do mês de janeiro, a OMS enviou quatro equipes sanitárias móveis, que operam 24 horas por dia no acampamento atendendo os doentes. Os casos mais graves são enviados a hospitais próximos.
"As crianças gravemente desnutridas estão sendo enviadas a um hospital apoiado pela OMS em Al-Hasakah", indicou a organização.
Em 15 de janeiro, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), informou que pelo menos 15 menores tinham morrido pelas baixas temperaturas e a falta de assistência médica em menos de um mês na Síria, onde as organizações humanitárias têm difícil acesso às zonas de combate.
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