Governo libera R$ 223,8 milhões para assistência e acolhimento de venezuelanos no Brasil
O Governo Federal brasileiro editou Medida Provisória para abrir crédito extraordinário, em favor do Ministério da Defesa, no valor de R$ 223,853 milhões, para assistência emergencial e acolhimento humanitário dos venezuelanos. A MP foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União que circula na tarde desta terça-feira (30).
O Palácio do Planalto também confirmou que cerca de 25 militares pediram asilo à embaixada brasileira em Caracas e que foram recebidos pelo Brasil. O governo brasileiro não revela, por enquanto, a identidade dos militares que foram acolhidos. A decisão de recebê-los foi do presidente Jair Bolsonaro.
Embora a leitura inicial deste gesto seja de que autoridades militares começariam a se desgarrar do presidente Nicolás Maduro, o que reforçaria a situação do presidente autoproclamado Juan Guaidó, fontes do Planalto ressaltam que não há dados concretos sobre isso.
Tensão na Venezuela
O líder opositor Juan Guaidó anunciou em um pronunciamento diante da Base Aérea de La Carlota, uma das mais importantes da Venezuela, que obteve o apoio dos militares para "pôr um fim à usurpação", em referência a derrubada do presidente Nicolás Maduro.
Ele estava acompanhado de seu padrinho político, Leopoldo López, que fugiu da prisão domiciliar com auxílio de agentes do Sebin, o serviço secreto venezuelano.
López e Guaidó convocaram manifestações de rua para respaldar sua movimentação contra o governo. Pelo menos 3 mil pessoas se dirigiram aos arredores da base e foram reprimidos por soldados leais a Maduro. Houve confronto e blindados chavistas arremeteram contra a multidão.
O ministro da Defesa Vladimir Padrino disse que a tentativa de golpe foi debelada em todos os regimentos militares. O homem forte do chavismo, Diosdado Cabello, convocou militantes chavistas e milícias civis armadas a defender o Palácio de Miraflores. Algumas centenas de pessoas apareceram.
Há relatos de que o principal general que teria se aliado a Guaidó seria José Ornellas Ferreira, chefe de gabinete das Forças Armadas, além de alguns agentes do Sebin. Se isso for confirmado, representaria um ganho importante para Guaidó, que até agora reuniu apoio de soldados de baixa patente e alguns oficiais da reserva e adidos militares.
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