Advogados de PM acusado de matar colegas defendem que tenente não foi autor de disparos
Manaus/AM - Os advogados do tenente da Polícia Militar Joselito Pessoa Anselmo, suspeito de matar dois colegas de farda na última semana, falaram ao programa Cidade Alerta na noite desta terça-feira (8), sobre a linha que deve ser seguida na defesa do suspeito - de que ele não tenha sido o autor dos disparos.
Mozart Bessa e Mário Vitor informaram que aguardam os resultados da perícia para averiguar os resíduos de pólvora nas mãos de todos os presentes no veículo, além de exames toxicológicos.
"Eu creio que a a preservação da cadeia de custódia dos elementos probatórios nesse momento é indispensável, porque a informação, a inteligência policial, o local do crime e a dinâmica da ocorrência vão revelar segredos estarrecedores. Existe uma possibilidade muito grande de não ter sido o Joselito que tenha efetuado os disparos dentro da viatura, e sim uma terceira pessoa", afirmou Mário Vitor.
Mário classificou como "irresponsável" o comportamento do major Lurdenilson, [que foi atingido e pode ficar tetraplégico], em utilizar a viatura e o armamento instituição naquele momento de festa e bebida entre os PMs.
Questionado sobre quem seria o outro suspeito segundo a versão da defesa, o advogado afirmou: "Nós temos que aguardar [...]. A quantidade de bebida que foi ingerida antes na Cicom, aproximadamente 40 cervejas, e depois no próprio bar do Graciano, onde esse Robson diz que foi ingerido 10 caixas de bebida. E isso já me leva a não acreditar no termo de declaração dele."
O advogado defendeu ainda que Joselito estava sentado no meio do banco traseiro do veículo, e que se tivesse sido o autor dos disparos, os demais ocupantes teriam condições de impedi-lo, por conta da posição em que se encontravam.
CONVITE PARA FESTA
A defesa afirmou também que Joselito é alcoólatra e tem problemas com drogas, e que o major Ludernilson teria ligado para o tenente que estava de férias, determinando que ele comparecesse de imediato na 18ª Cicom para "resolver uma bronca". E lá chegando, Joselito teria se deparado com uma festa na sala da Cicom. "Começaram a beber, dentro da Cicom. De lá, saíram armados com o veículo da viatura e seguiram para o bar, onde continuaram a beber ainda mais", afirmou.
APURAÇÃO DOS FATOS
"É fundamental o que a perícia vai dizer. [...] existem algumas divergências que precisam ser esclarecidas. Depois, acredito que a Polícia Civil vai fazer uma reconstituição, vá ouvir as pessoas do bar, do Alambique, os seguranças que colocaram todo mundo para fora porque estavam armados. O que foi que aconteceu no Alambique? Os militares que estavam dentro da Cicom, todo mundo tem que ser ouvido. É muito fácil apontar o dedo e dizer que foi o Joselito. Mas vamos lá levantar as provas.", disse o advogado Mozart Bessa.
Já Mário Vitor concluiu: "Eu pediria que, antes do linchamento moral em relação ao tenente Pessoa, que aguardassem um pouquinho mais, e tivessem um pouquinho de calma porque a inteligência policial vai chegar aos fatos. E a Polícia Militar, como instituição, nós temos homens honrados que estão trabalhando diuturnamente na defesa da sociedade e que não merecem ser colocados numa mesma panela de pressão que esses irresponsáveis. Nós como advogados jamais vamos defender o crime. O que nós defendemos é a Constituição, o contraditório, a ampla defesa, o juiz natural, os princípios basilares do processo legal. Então nós vamos atrás da verdade, porque o advogado também ajuda na investigação. E nós vamos atrás da verdade".
Confira o áudio da entrevista na íntegra:
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ASSUNTOS: Manaus, morte de pms, tenentes, Policial