Manaus/AM - Familiares de pacientes e profissionais de saúde estão revoltados e cobram a ajuda do Ministério Público e da Defensoria Pública para fiscalizar o uso de oxigênio dentro dos hospitais. Eles denunciam que outros profissionais estão racionando o uso dos cilindros e comprometendo a vida de quem precisa do ar.

No início da tarde de hoje (24), uma enfermeira, no Hospital 28 de Agosto, alegou que foi expulsa de dentro da unidade juntamente com parentes de outros pacientes porque presenciaram o racionamento e questionaram a postura dos profissionais.

A cena viralizou nas redes sociais e causou revolta: "Agora à tarde eles retiraram todo mundo (...) de manhã eu estava lá com meus pacientes e eles chegaram lá feito um bando de cavalo e abaixando o oxigênio de todo mundo. O meu paciente tem 81 anos de idade e a saturação dele que tava 90  e caiu para 7. Eles estão matando os pacientes", diz a enfemeira.

Manaus vive um colapso no sistema de saúde desde o último dia 13 de janeiro e apesar das doações de oxigênio, os hospitais ainda não conseguiram estabilizar o abastecimento. Muitos familiares continuam comprando cilindros e levando para as unidades para evitar que os pacientes morram asfixiados.

A SES-AM se pronunciou sobre a denúncia por meio de nota; confira: 

A Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM) informa que o vídeo não é recente e esclarece que diante do grande número de internações de pacientes com insuficiência respiratória aguda por conta do novo coronavírus e a importância da oxigenoterapia para o tratamento desses pacientes, as unidades de saúde da SES-AM adotam novo protocolo para o uso racional de oxigênio.

Baseado em evidências científicas e nota técnica da SES-AM, o novo protocolo orienta as unidades de saúde sobre a quantidade segura do uso de oxigênio para cada perfil de paciente. Mesma medida foi adotada em países que também enfrentam crise de oxigênio, como o Reino Unido.

A direção do hospital e 28 de Agosto ressalta que a unidade é diariamente abastecida de oxigênio.