Invasores usam falso banner de autorização para ocupar terreno em Manaus

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Manaus/AM - A invasão cada vez mais acelerada de uma área do Conjunto João Paulo II, no bairro Nova Cidade, Zona Norte, está preocupando os moradores do local, por conta de derrubadas de árvores, especialmente de buritizeiros e queimadas.
Os invasores colocaram um banner supostamente do Governo do Amazonas, com a logomarca da Fundação Estadual do Índio (FEI), informando ter havido a cessão da área à Comunidade Fortaleza Indígena Kokama, fato negado por dirigente da fundação.
O terreno, que é repleto de buritizeiros, está aos poucos cedendo lugar para barracos de lona, papelão e até de alvenaria. Há algum tempo, um dos lados do terreno vem ganhando boxes de vendas.
Os moradores do conjunto temem que, com o crescimento da ocupação, os invasores façam mais queimadas, colocando em risco a segurança deles, já que nesse período de sol, o risco de incêndios é maior.
De acordo com a Secretaria Municipal do Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semmas), a área é privada e, por isso o poder público não pode atuar, a exemplo do que já ocorreu várias vezes contra invasões da Área de Proteção Ambiental (APA) do Tarumã.
A Fundação Estadual do Índio (FEI) informou, por sua vez, por meio de nota encaminhada pelo chefe de gabinete, Vangleys Viana, desconhecer a questão e afirmou não apoiar atos ilícitos de invasão ou depredação ao Meio Ambiente, sejam em terras públicas ou particulares.
Outra informação, dada pelo chefe de gabinete, é que não é da competência da FEI tratar de assuntos relacionados a terras.
Uma das moradoras do conjunto que prefere não se identificar, diz que nos últimos dias tem se intensificado a ocupação, inclusive com os carros dos invasores permanecendo durante todo o dia no local e também a noite, o que indica que já estão morando por ela.
Segundo ela, é possível ver a chegada de material de construção e a circulação de pessoas constantemente. “Eles estão derrubando todas as árvores de buriti e ninguém faz nada”, disse a moradora, explicando que um vizinho dela fez fotos e encaminhou aos órgãos de fiscalização.

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