Militar que matou garotas de programa em Manaus pode ser serial killer, diz polícia

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Manaus/AM - A polícia afirmou nesta quinta-feira (21), que trata como possível serial killer, o caso do militar do Exército, Makson Oliveira da Costa, 21, acusado de assassinar Fabiane Mendes da Silva, 20, e Angélica Oliveira Nascimento, 31, duas garotas de programa em Manaus. A polícia acredita que o homem pode ter feito outras vítimas.
“Já temos investigações em andamento de possíveis vítimas de Makson (...) Muitas mortes com esse mesmo modo de operar. Pessoas jovens que são encontradas mortas dentro dos seus quartos e os sinais são sempre os mesmos, de asfixia. É possível que tenhamos novas vítimas”, diz o delegado Ricardo Cunha.

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As vítimas foram mortas por estrangulamento enquanto faziam programas sexuais com Makson. A primeira vítima foi Angélica, morta no dia 26 de fevereiro deste ano, na rua Araçaí, bairro Flores, zona centro-sul. Já Fabiane foi encontrada sem vida dentro da própria casa, com um pano enrolado no pescoço, na madrugada do último dia 4 de março no bairro Colônia Terra Nova, zona norte.
De acordo com a delegada, Makson se encaixa em um perfil misógino e matou as vítimas pelo simples fato de serem mulheres.
O delegado Ricardo Cunha conta que Makson se utilizava de um perfil falso nas redes sociais para atrair as vítimas.
“Ele era o soldado Makson de manhã e à noite ele se utilizava do apelido de Mateus nas redes sociais para atrair as suas vítimas. Todas são mulheres jovens, que têm perfis em redes sociais realizando encontros clandestinos, encontros sexuais mediante pagamento e essas são as pessoas que eram alvos do Makson".
O delegado revela ainda que o militar tomava certos cuidados para tentar apagar seus rastros e conseguir escapar das cenas dos crimes.
“Ele fazia contato com essas pessoas, fazia contato com essas mulheres, marcava encontros, não utilizava seu veículo particular para esses encontros, utilizava sempre transportes por aplicativos. Se encontrava com essas mulheres e lá, após atos sexuais, ele assassinava essas moças por asfixia”.
“Com a Fabiane, a gente presume que seja o primeiro encontro. Com a Angélica, pelo relato de uma das testemunhas, ela falou que receberia um cliente que ficava muito tempo com ela, que possivelmente usava drogas, então ela precisava tomar energético para acompanhar ele. Então, a gente está desconfiando que não era o primeiro encontro com a Angélica’”, diz a delegada. Makson chegou a confessar a morte de Fabiane depois de ser preso e contou que matou a jovem porque ela tentou roubá-lo. Para a polícia, o militar criou a história para justificar o crime. Marília ressalta inclusive, que era Makson quem roubava o telefone das vítimas após asfixiá-las.
“Com a Fabiane, ele diz que foi para lá e que ela quis roubá-lo, mas nós sabemos, pelas palavras dele, que a ideia dele desde o início era matar essas duas pessoas. Quanto ao caso da Angélica, nós, cruzando informações, um trabalho muito bem elaborado, e verificamos que após matar a Angélica, ele furtou, o aparelho celular dela, um Iphone 13. Ele estava usando o aparelho celular da Angélica, inclusive, no dia em que matou a Fabiane. O aparelho celular da Fabiane também foi subtraído por ele e esse a gente ainda não encontrou”.
A delegada diz que o homem possui um lado sombrio e calculista e cogita que ele possa alegar insanidade mental.
“Ele é uma pessoa bastante fria, eu não vou dizer aqui que ele tem algum transtorno psicológico porque é muito fácil ser cruel, matar mulheres e depois apresentar um laudo médico. Então ele tem que comprovar isso com um psiquiatra (...) Ele matou elas duas por meio cruel, por asfixia. Então além do feminicídio, do homicídio qualificado por feminicídio, nós também vamos indiciá-lo nos dois casos, pela morte cruel por asfixia e também por impossibilidade de defesa dessas vítimas. Ele disse que nas duas ele aplica um golpe de mata-leão”, pontua.
Makson foi preso nessa quarta-feira (20), após a polícia fazer campana na frente da residência dele. A delegada conta que no momento da prisão, o homem planejava fazer uma nova vítima.
“Nós sabíamos que ele havia saído do trabalho, nós não queríamos mais perder, porque corria o risco de ele fazer outra vítima. Então nós fizemos uma campana e esperamos ele sair de casa. À noite, porque nós não poderíamos entrar, mas nós achamos que poderíamos fazer essa campana para evitar que outras vítimas pudessem ser mortas. A gente aproveitou então no momento que ele saía de casa, provavelmente estava indo para um encontro e o prendemos em via pública”.
A delegacia segue investigando outros crimes com características semelhantes, que possam ter sido cometidos pelo militar.

ASSUNTOS: Manaus, Policial