Samel sobre Covid em Manaus: ‘não é uma segunda onda, é um tsunami'
Manaus/AM - A diretoria do hospital Samel divulgou na noite do sábado atualizações sobre a Covid-19 na capital, e em um tom preocupado, alertou sobre a gravidade do novo pico. O diretor técnico Dr. Daniel acredita que a nova cepa do coronavírus, identificada hoje (10) no Japão de passageiros vindos do Amazonas, esteja causando isso.
O presidente do Grupo Samel, Luís Alberto Nicolau, afirmou que estava errado ao achar, em meses anteriores, que não existiria uma segunda onda da Covid-19 e que a população alcançaria a imunidade de rebanho:
“Com certeza nós estamos vivendo a semana mais difícil na história da Samel. [...] Quebramos todos os recordes negativos com o número máximo de internações, de atendimentos em pronto-socorros, Eu [no início] acreditei na questão da imunidade de rebanho, mas estávamos errados”. “Não é nem uma segunda onda, é um tsunami. A situação é muito grave”, enfatizou.
Já o dr. Daniel disse que nunca viveu uma situação como a de agora e comparou a segunda onda com a primeira fase da pandemia: “Dessa vez é muito pior porque cada dia que passa a quantidade de pacientes que nos procuram necessitando de imediato de atendimento intensivo (UTI) tem sido cada vez maior.”.
Nova Cepa
“Não posso afirmar porque não tenho dados clínicos e técnicos pra dizer que isso é uma cepa diferente. Mas o que posso dizer é que nós tínhamos na Samel, no ano passado inteiro, 4 dias de média de internação para mandar um paciente para casa. E isso hoje nós não conseguimos. As pessoas têm chegado aos pronto-socorros com o pulmão extremamente comprometido. E a capacidade de regenerar esse pulmão tem sido cada vez mais morosa.
E isso nos assusta muito porque quanto menos pessoas a gente consegue liberar pra casa, menos a gente consegue atender e internar.”, afirmou, falando em seguida sobre o colapso no sistema hospitalar público e particular do Amazonas.
Profissionais exaustos
Ele também se dirigiu aos profissionais de saúde e à população: “Estamos chegando em muitos momentos à exaustão física e mental. Então peço à população que tenha carinho e respeito com os profissionais de saúde que estão ali deixando as suas famílias para salvar o máximo de vidas que tenhamos capacidade em atender.”.
Os dois finalizaram pedindo que a população evite aglomerações, siga um distanciamento social e tome as demais precauções para vender a pandemia.
Veja também
ASSUNTOS: Manaus