Vereador diz que bolacha com suco é o suficiente para alimentar alunos em Manaus

Manaus/AM - O tema merenda escolar virou debate na Câmara Municipal de Manaus (CMM), após o vereador Professor Samuel (PSD) defender que não se deve oferecer proteínas às crianças nas escolas de Manaus, pois não iriam "nem almoçar".
O assunto foi abordado após a vereadora Professora Jacqueline (União Brasil) relatar que algumas escolas estavam recebendo apenas suco e bolacha como merenda. Na ocasião, o parlamentar disse que "merenda não é almoço", e que era aceitável a alimentação, uma vez que nem mesmo quando uma pessoa vai preparar um alimento na própria casa está com todos os ingredientes disponíveis.
O argumento de Professor Samuel foi logo questionado pelo vereador Lissandro Breval (PP), que classificou o discurso como "assustador" e expressou preocupação com a segurança alimentar das crianças.
"Normatizar bolacha e suco na merenda escolar, isso me assusta. Outra colocação que me assusta é dizer que merenda é merenda e almoço é almoço. A gente sabe que mais de 70% das crianças que vão à rede pública municipal, muitas vezes, estão naquela quantidade de famílias abaixo do IDH com problemas de segurança alimentar, e não tem o que comer”, afirmou.
No final, Breval mencionou a Lei 202/2021, que visa melhorar a qualidade da merenda escolar por meio da compra direta de produtos de agricultores e produtores rurais familiares, e lamentou que essa medida ainda não tenha sido implementada.
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