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Picada de mosca deixa as vítimas em sono profundo; entenda

Por Portal Do Holanda

12/01/2017 3h00 — em
Saúde e Bem-estar


Foto: Reprodução

A mordida de uma mosca tsé-tsé é uma experiência extremamente desagradável. Não é como a de um mosquito, que pode inserir sua fina língua diretamente no sangue, muitas vezes sem o alvo perceber: a boca dela tem minúsculas serrilhas que rompem a pele para poder sugar o sangue.

Para piorar a situação, várias espécies de mosca podem transmitir doenças. Uma das mais perigosas é causada por um parasita: a doença do sono ou Tripanossomíase Humana Africana (THA), para dar o nome oficial. Sem tratamento, ela é normalmente fatal.

Como tantas doenças tropicais, a doença do sono tem sido muitas vezes negligenciada pelos pesquisadores farmacêuticos. No entanto, investigadores têm se esforçado há tempos para compreender como ela engana os mecanismos de defesa do nosso corpo.

Algumas de suas descobertas podem agora ajudar a eliminar a enfermidade completamente.

Há dois parasitas unicelulares que causam o sono mortal: Trypanosoma brucei rhodesiense e T. b. Gambiana.

Este último é mais predominante: é responsável por até 95% dos casos, principalmente na África Ocidental. Ele leva vários anos para matar uma pessoa, enquanto o T. b. rhodesiense pode causar a morte em poucos meses. Existem ainda outras formas que infectam o gado.

Após a mordida inicial, os sintomas da doença do sono muitas vezes começam com febre, dores de cabeça e dores musculares. À medida que ela avança, os infectados ficam cada vez mais cansados - é de onde a doença recebe seu nome.

Alterações de personalidade, confusão mental grave e má coordenação também podem acontecer.

Embora a medicação ajude, alguns tratamentos são tóxicos e podem ser letais, especialmente se ministrados depois que o mal alcançou o cérebro.

Em 2009, foram contados menos de 10 mil deles pela primeira vez desde que os registros começaram, e em 2015 esse número caiu para menos de 3 mil, de acordo com dados da Organização Mundial de Saúde. A OMS espera que a doença seja completamente eliminada até 2020.

Mas enquanto o declínio parece positivo, podem haver muitos mais casos não registrados na zona rural da África. Para eliminar o problema completamente, as infecções têm de ser acompanhadas de perto.

Uma série de novos estudos tem mostrado que o parasita é mais complicado do que se imaginava.

A doença do sono sempre foi considerada - e diagnosticada - como uma doença de sangue, pois o T. brucei pode ser facilmente detectado no sangue de suas vítimas. Num estudo publicado em setembro de 2016, porém, pesquisadores revelaram ter descoberto que o parasita também pode residir na pele e na gordura.

Pode até haver uma maior densidade de parasitas na pele do que no sangue, diz a coautora do estudo, Annette MacLeod, da Universidade de Glasgow, no Reino Unido.

O fato de a mosca tsé-tsé beber o sangue de uma pessoa pode fazê-la "pegar os parasitas da pele junto com o sangue".

Isso significa que uma pessoa pode não ter sintomas, mas ainda abrigar a doença e espalhá-la.

Pessoas que transportam a infecção em sua pele não seriam tratadas como aquelas com níveis detectáveis de parasitas no sangue. A descoberta poderia explicar a misteriosa epidemia de 1970, e por que a doença pode ressurgir em áreas que previamente tinham zerado os casos. Informações G1.


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O Portal do Holanda foi fundado em 14 de novembro de 2005. Primeiramente com uma coluna, que levou o nome de seu fundador, o jornalista Raimundo de Holanda. Depois passou para Blog do Holanda e por último Portal do Holanda. Foi um dos primeiros sítios de internet no Estado do Amazonas. É auditado pelo IVC e ComScore.

ASSUNTOS: mosca, tsé-tsé, Saúde e Bem-estar

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