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Após passar por Cuba, Irma deixa milhares sem luz na Flórida

Por Agência O Globo

09/09/2017 21h09 — em
Mundo



MIAMI — A forte chuva e os ventos na noite de sábado, horas antes de o Irma tocar o solo americano, causaram a derrubada de árvores e quedas de energia em Miami, confirmando os primeiros impactos do furacão. embora tenha sido rebaixado para categoria 3, ele pode retomar força e chegará como uma grande ameaça a toda a Flórida neste domingo. Sua mudança de rota ao oeste do estado coloca Tampa no olho da tormenta, mas não alivia os riscos para Miami. A nova previsão é que todo o estado terá, em algum momento, ventos de ao menos 120 km/h. Assim, muita gente foi pega de surpresa, dificultando ainda mais a busca por segurança.

— Vários amigos de Orlando foram com a família para Tampa, imaginando que lá estariam mais seguros, e se colocaram na rota do furacão. Muitos agora estão indo para o norte, em uma fuga desordenada. Isso mostra como este furacão é imprevisível — afirmou Paula Menna Hill, brasileira que vive em Orlando.

Se as novas previsões geraram novo pânico na costa oeste do estado, em Miami os moradores, que viveram outros ciclones, continuaram tensos:

— Sobrevivi ao Andrew, ao Wilma. Talvez aqui o Irma não seja catastrófico como se previa, mas certamente será um furacão importante — afirmou Ross Stwart, com uma camisa que dizia que ele sobreviveu ao Andrew.

De fato, o cenário do sábado, com ventos e chuvas maiores que o habitual, e momentos de calmaria e sol, assustava os moradores, principalmente os acostumados com furacões, por saberem o que está por vir. Prédios desligaram seus elevadores.

Nenhuma farmácia ou posto de gasolina abriu, da mesma forma que não funcionou nenhum transporte público em Miami e os serviços do Uber foram suspensos. As árvores nas ruas e as quedas de energia, que afetaram milhares de pessoas, criavam apreensões:

— Este tipo de problemas antes dos furacões, com estas fortes rajadas de ventos e quedas de fios elétricos, são relativamente comuns, mas nunca ocorriam mais de um dia antes da chegada do fenômeno, mostrando como o Irma é gigante e como pode ser desastrosa sua atuação — disse Ed Sullivan, que ganhava dinheiro em mansões no sul da Flórida colocando proteções para os ventos.

Muitos moradores de Miami seguiam buscando abrigos ou tentando fugir da cidade neste sábado. Em Fort Myers, que assim como Tampa pode ser atingida pelo olho do furacão, muitos procuraram refúgios nas últimas horas. Em Orange County, onde fica Orlando, vários locais receberam ontem a ordem de evacuação. Ao todo, cerca de 6 milhões de pessoas deixaram suas casas na Flórida.

— Para mim está muito difícil, é uma situação que nunca passei. Nós não pudemos sair de Miami por diversos motivos, não conseguimos ir aos abrigos, pois a maior parte deles não aceita animais de estimação e temos quatro cachorros — conta a paulista Fabiana dos Santos, que era acalmada por sua esposa, a americana Stefany Dinoy. — A gente fica tensa pois o pior ainda está por vir, devemos ficar muito tempo sem energia, sem comunicação.

Após causar 25 mortes e afetar 1,2 milhão de pessoas no Caribe, o Irma foi implacável com Cuba. Ventos ensurdecedores, derrubadas de árvores e quedas de postes foram registrados no país, que teve estradas bloqueadas. Ele chegou à ilha como um furacão de categoria 5. Embora à noite estivesse em categoria 3, especialistas previam que ele voltaria à categoria 4 nesta madrugada, atingindo a costa da Flórida com ventos de 200 km/h, e poderia manter esta força até chegar ao estado da Geórgia, com projeção para atingir Atlanta, no início da semana.

Irma afetou mais fortemente a parte oriental de Cuba, uma das mais carentes do país, e uma área importante de cultivo de cana-de-açúcar, que pode enfrentar uma difícil recuperação.

Além disso, a região sofre com outros dois furacões. O José, de categoria 4, se aproximava neste sábado de St. Martin e outras ilhas caribenhas que já foram afetadas pelo Irma. E foram registradas duas mortes no México pelo Katia, que foi rebaixado a tormenta tropical.

Especialistas alertam que, neste ano, mais eventos como estes devem ocorrer: o ano tende a ser mais propenso a furacões, segundo Gerry Bell, diretor de furacões do Escritório Nacional de Atmosfera e Oceanos (Noaa, na sigla em inglês):

— Certamente novos ciclones estão a caminho — disse em entrevista à ABC News.


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