Base da alimentação brasileira, o arroz pode se tornar mais tóxico com o agravamento do aquecimento global. Um estudo publicado na revista The Lancet Planetary Health mostrou que o aumento da temperatura e do gás carbônico no ar faz com que o grão absorva ainda mais arsênio, toxina cancerígena encontrada  no solos e na água e em alguns alimentos, incluindo peixes e mariscos.

Conforme a publicação, o arroz costuma ser plantado em áreas alagadas e sua textura absorvente facilita a entrada do arsênio. Os testes feitos por pesquisadores dos Estados Unidos e da China, incluindo o professor Lewis Ziska, da Universidade de Columbia, mostraram que quando calor e CO₂ aumentam juntos, o problema piora. “Sabíamos que a temperatura por si só poderia aumentar os níveis, e o dióxido de carbono, um pouco. Mas quando juntamos os dois, nossa, foi realmente algo que não esperávamos", disse Ziska.

Bastidores da Política - Motocicleta, um passaporte para o 'céu'

Bastidores da Política
Motocicleta, um passaporte para o 'céu'

O arsênio inorgânico está ligado a casos de câncer, problemas no coração e dificuldades neurológicas em bebês.

Dicas

Estudos publicados, incluindo pesquisas da FDA, mostram que cozinhar o arroz de forma semelhante à do macarrão pode reduzir de 40% a 60% do teor de arsênio inorgânico, dependendo do tipo de arroz.   

Use bastante água, como quando cozinha-se o macarrão. Use de 6 a 10 partes de água para 1 parte de arroz e depois escorrer.  Infelizmente, esse método também diminui de 50% a 70% os níveis de ferro, folato, niacina e tiamina – que são vitaminas e minerais adicionados ao arroz branco e parboilizado durante o processo de enriquecimento.

Apesar disso, o método ainda é mais eficaz do que lavar o arroz antes do cozimento, o que quase não reduz o arsênio e ainda retira parte dos nutrientes.  Outra questão é que o arroz integral tem mais arsênio do que o arroz branco. Isso porque o farelo, onde o arsênio se acumula, não é removido durante a moagem do arroz branco. 

Outra dica é diversificar a dieta de alimentos, incluindo outras fontes de carboidrato, como legumes cozidos sem casca.