Nesta sexta-feira (19), várias empresas que utilizam o sistema operacional Windows enfrentaram uma interrupção cibernética global, paralisando serviços em aeroportos, hospitais e bancos, entre outros setores. A causa foi uma atualização na ferramenta Falcon, da empresa norte-americana CrowdStrike, usada para detectar possíveis invasões hackers. Clientes da CrowdStrike que utilizam Mac e Linux não foram afetados. Apesar da solução, problemas ainda podem acontecer, segundo Microsoft. 

A atualização gerou a conhecida "tela azul da morte" (BSOD) em máquinas com Windows. Especialistas em cibersegurança criticaram a CrowdStrike por liberar a nova versão do software sem testagem adequada. George Kurtz, CEO da CrowdStrike, afirmou no X que o incidente não foi um ataque hacker e pediu desculpas pelos transtornos causados.

Hiago Kin, presidente da Associação Brasileira de Segurança Cibernética, destacou a falta de testes exaustivos em ambientes de pré-produção e a ausência de um lançamento gradual da atualização. Thiago Ayub, diretor de tecnologia da Sage Networks, explicou que a recuperação dos computadores é manual e lenta, exigindo a remoção da atualização por um profissional de TI.

Para uma empresa ser afetada, três fatores devem ser combinados: uso de sistemas Windows, ser cliente da CrowdStrike e ter permitido a atualização do produto. No Brasil, o impacto foi menor devido à combinação desses fatores e ao menor alcance comercial da CrowdStrike.

Ayub ressaltou a importância das atualizações de segurança para evitar vulnerabilidades, comparando o adiamento dessas atualizações a adiar tomar um remédio preventivo. Apesar da urgência em lançar atualizações para combater novas ameaças, a pressa pode comprometer a perfeição do processo.

A Microsoft informou que a falha já foi resolvida, mas problemas residuais ainda podem ocorrer. Clientes com problemas devem contatar a CrowdStrike para assistência adicional. George Kurtz declarou que o problema na atualização foi identificado, isolado e corrigido.