O cardeal italiano Angelo Becciu anunciou nesta terça-feira (29) que não participará do conclave que vai eleger o sucessor do papa Francisco, morto em 21 de abril. A decisão foi comunicada por meio de nota divulgada à imprensa, onde o religioso alegou respeito à vontade do pontífice falecido.

Becciu, que havia sido condenado em 2023 por envolvimento em uma fraude imobiliária, chegou a afirmar na semana passada que participaria da escolha do novo papa. A declaração gerou mal-estar entre integrantes da Cúria Romana e levantou dúvidas sobre sua presença no evento marcado para 7 de maio.

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"Tendo no coração o bem da Igreja, que servi e continuarei a servir com fidelidade e amor, e a fim de contribuir para a comunhão e a serenidade do conclave, decidi obedecer, como sempre fiz, à vontade do papa Francisco de não entrar no conclave", escreveu.

Nos bastidores, a decisão foi interpretada como uma saída diplomática diante da pressão interna do Vaticano. Segundo a imprensa italiana, o nome do cardeal foi discutido durante a quinta congregação geral, realizada na segunda-feira (28), mas não houve consenso sobre sua exclusão formal do conclave.

O encontro que vai escolher o novo papa será conduzido pelo cardeal Pietro Parolin, secretário de Estado do Vaticano, apontado como um dos favoritos. No total, 135 cardeais participarão da votação, sendo 108 nomeados pelo papa Francisco. A missa de abertura está marcada para a manhã do dia 7, e será celebrada pelo decano do Colégio Cardinalício, Giovanni Battista Re, que, por ter mais de 80 anos, não poderá votar.