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Chefes de CIA e MI6 alertam em artigo para maior ameaça à ordem mundial 'desde a Guerra Fria'

Por Estadão Conteúdo (Agência Estado)

09/09/2024 11h51 — em
Mundo



Em um artigo escrito para o Financial Times e publicado no sábado, 7, os chefes das agências de inteligência dos EUA e do Reino Unido dizem que estão "trabalhando incansavelmente" por um cessar-fogo em Gaza, usando uma rara declaração pública conjunta para pressionar pela paz. "Não há dúvida de que a ordem mundial internacional - o sistema equilibrado que levou a uma paz e estabilidade relativas e proporcionou padrões de vida crescentes, oportunidades e prosperidade - está sob uma ameaça que não víamos desde a Guerra Fria", diz um trecho do texto, assinado de forma conjunta pelo William Burns, diretor da CIA, e Richard Moore, chefe do MI6.

Eles afirmam que suas agências "exploraram nossos canais de inteligência para pressionar fortemente por contenção e desescalada", como é conhecida a redução progressiva das tropas e dos armamentos. Os dois líderes declararam que um cessar-fogo na guerra entre Israel e Hamas "poderia encerrar o terrível sofrimento e a perda de vidas de civis palestinos e trazer os reféns de volta para casa após 11 meses de confinamento angustiante."

Burns tem participado ativamente dos esforços para mediar um término para os combates. Em agosto ele viajou para o Egito com o objetivo de alcançar um acordo de reféns e, ao menos, uma pausa temporária no conflito. Até o momento, não foi alcançado um acordo, embora autoridades dos Estados Unidos insistam que ele está próximo.

O presidente dos EUA, Joe Biden, mencionou recentemente que "apenas mais algumas questões" permanecem sem solução. Contudo, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que os relatos de um avanço são "completamente imprecisos".

Os EUA e o Reino Unido são aliados firmes de Israel, embora Londres tenha divergido de Washington ao suspender algumas exportações de armas para Israel na última semana, devido ao risco de que pudessem ser usadas em violação ao direito internacional.

Burns e Moore também ressaltaram a força da relação transatlântica diante de "uma série sem precedentes de ameaças", incluindo uma Rússia assertiva, uma China cada vez mais poderosa e a constante ameaça do terrorismo internacional - tudo isso complicado pela rápida mudança tecnológica.

Eles destacaram a "campanha imprudente de sabotagem" da Rússia pela Europa e o "uso cínico da tecnologia para espalhar mentiras e desinformação projetadas para criar divisões entre nós".

Autoridades dos EUA acusam há tempos Moscou de interferir nas eleições americanas e, nesta semana, a administração Biden apreendeu sites controlados pelo Kremlin e acusou funcionários da emissora russa RT de financiar secretamente campanhas de mídia social para disseminar mensagens pró-Kremlin e semear discórdia em torno da eleição presidencial de novembro.

O artigo é a primeira declaração de opinião conjunta dos chefes das duas agências de espionagem. Os dois diretores apontaram para uma nova era de abertura em seu campo secreto, destacando que a CIA e o MI6 desclassificaram informações sobre o plano da Rússia de invadir a Ucrânia antes de Moscou atacar seu vizinho em fevereiro de 2022. "Nós previmos isso e conseguimos alertar a comunidade internacional para que todos pudéssemos nos unir em defesa da Ucrânia", afirmaram.

Após dois anos e meio em uma guerra sem um fim rápido à vista, os chefes de espionagem afirmaram que "manter o curso" no apoio à Ucrânia continua vital.

Eles disseram que o conflito trouxe uma combinação sem precedentes de armamento convencional, tecnologia de rápida evolução na forma de drones e satélites, guerra cibernética e operações de informação "em um ritmo e escala incríveis". "Este conflito demonstrou que a tecnologia, quando usada ao lado de uma coragem extraordinária e armamento tradicional, pode mudar o curso da guerra", disseram, elogiando "a resiliência, inovação e ímpeto da Ucrânia". /AP

*Este conteúdo foi traduzido com o auxílio de ferramentas de Inteligência Artificial e revisado pela equipe editorial do Estadão. Saiba mais em nossa Política de IA.


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