Como funciona a classificação dos furacões e para que ela serve
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Inicialmente classificado como um furacão de categoria 5, o Milton foi rebaixado para a categoria 3 ao se aproximar da costa da Flórida, nos Estados Unidos, na tarde esta quarta-feira (9).
Essa classificação ainda pode mudar durante o seu curso, como já aconteceu nos últimos dias. Além disso, especialistas afirmam que isso não muda o prognóstico de que ele será "extremamente perigoso e grande".
Mesmo assim, e ainda que as categorias não levem em conta fatores como enchentes causadas por tempestades ou pela alta das marés, sua classificação pode ajudar a prever o nível de destruição que ele é capaz de causar.
Desse modo, um furacão de categoria 1, a mais baixa, provoca danos materiais menores, enquanto o de categoria 5, a mais alta, pode destruir tudo o que estiver pelo caminho.
A escala utilizada para avaliar a força de um furacão é chamada de Saffir-Simpson -o nome é uma homenagem à dupla que a criou, formada pelo engenheiro Herb Saffir e o meteorologista Bob Simpson.
Ela se baseia nos seguintes elementos: a pressão medida no centro de um furacão, a velocidade de seus ventos e as tempestades que ele provoca.
Vale notar que a escala só é utilizada para medir a força de furacões, isto é, ciclones que acontecem no Atlântico Norte ou no centro ou leste do Pacífico Norte. Os tufões, como são chamados os ciclones ocorridos no Pacífico Noroeste, usam outras classificações, assim como os fenômenos do tipo que acontecem no Oceano Índico ou no Pacífico Sul, chamados simplesmente de ciclones.
CATEGORIA 1
Para ser considerado de categoria 1, o furacão deve ter ventos de 119 km/h a 153 km/h -caso ele tenha menos que isso, ele é chamado de tempestade tropical.
Nessa velocidade, ele danifica fachadas e causa danos sobretudo a construções com infraestrutura precária. Seus ventos derrubam galhos e linhas de transmissão elétricas e levam áreas baixas a sofrerem inundações, aumentando o risco de incidentes que provocam cortes de energia.
CATEGORIA 2
Com ventos de 154 km/h a 177 km/h, causa danos de médio porte, geralmente desprendendo das casas seus telhados e portas e fazendo vidros das janelas trincarem.
Cortes de energia são esperados, podendo durar de dias a semanas.
CATEGORIA 3
Causa grandes danos e mortes em regiões densamente habitadas. Seus ventos vão de 178 km/h a 208 km/h.
Provoca grandes tempestades, que podem ser mais ou menos intensas de acordo com a velocidade do furacão: quanto mais lento ele for, maior será a quantidade de chuva que ele pode precipitar.
Sua passagem acarreta não só em cortes de energia como também em falta de água que pode durar dias ou semanas. Rodovias podem acabar tendo seu trânsito impedido devido à queda de árvores.
CATEGORIA 4
Seus ventos, com velocidades que variam de 209 km/h a 251 km/h, podem causar danos catastróficos a residências, inclusive destruindo telhados e paredes externas, e suas tempestades são capazes de alagar áreas gigantescas.
A maioria das árvores cai, assim como postes de energia. Grande parte da área pode ficar inabitável por semanas ou meses. É necessário retirar moradores das regiões que estão na rota do furacão.
CATEGORIA 5
Tem ventos superiores a 249 km/h e pode destruir tudo o que estiver no seu caminho, incluindo casas de madeira. Áreas costeiras podem ser invadidas pelo mar em até 10 km pelo mar.
Apagões podem durar semanas, possivelmente meses, e a maior parte da área fica inabitável por um período tão longo quanto. É considerado relativamente raro por meteorologistas.
O furacão Katrina, que atingiu Nova Orleans, nos Estados Unidos, em 2005, era de categoria 5, assim como o Irma ao passar pelo Caribe em 2017 --ao se aproximar da Flórida, porém, ele tinha sido rebaixado para a categoria 4.
ASSUNTOS: Mundo