O Tribunal Constitucional da Coreia do Sul confirmou nesta sexta-feira (4) o impeachment do presidente Yoon Suk Yeol, afastado desde dezembro após tentar impor lei marcial em meio a uma crise institucional. A decisão da Justiça sepulta de vez as chances de retorno do ex-promotor ao cargo e abre caminho para eleições presidenciais, que devem ocorrer em até 60 dias. Durante o período de transição, o governo será liderado pelo primeiro-ministro Han Duck-soo, que também enfrentou um processo de impeachment posteriormente anulado.

A corte considerou que Yoon violou a Constituição ao decretar lei marcial de forma irregular, interferindo no Judiciário e violando direitos civis. A ação foi considerada uma tentativa de autogolpe após a perda de maioria no Parlamento. O episódio levou militares às ruas de Seul e resultou em tensão crescente entre apoiadores e críticos do governo. Na capital, milhares de policiais foram mobilizados para conter protestos nos dias que antecederam o veredito.

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Com o impeachment, Yoon se torna o segundo presidente sul-coreano a ser destituído. Em 2017, Park Geun-hye foi removida por envolvimento em corrupção — caso em que o próprio Yoon, então promotor, teve papel central. Agora, ele é investigado por insurreição e pode enfrentar pena de prisão perpétua ou até de morte. O ex-presidente está proibido de deixar o país e foi preso após se recusar a colaborar com as investigações.

Eleito em 2022 com uma plataforma conservadora, Yoon havia se tornado símbolo da ascensão de figuras do Judiciário à política. Sua trajetória chegou a ser comparada à do ex-juiz Sergio Moro no Brasil. Contudo, a tentativa de minar instituições democráticas e questionar a legitimidade do processo eleitoral o levou à ruína política. Sua prisão marca o fim de uma carreira que começou com prestígio e terminou sob graves acusações.