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Democrata do Texas é o 1º a pedir que Biden desista de disputar eleição

Por Folha de São Paulo

02/07/2024 15h00 — em
Mundo



SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - O congressista Lloyd Doggett, do Texas, foi o primeiro membro do Partido Democrata a pedir publicamente que o presidente Joe Biden desista de concorrer à reeleição nos Estados Unidos. Desde o debate contra Donald Trump, na quinta-feira (27), tem crescido o receio de que a performance de Biden possa afundá-lo nas pesquisas.

Citando ex-presidente, congressista sugeriu a Biden desista da eleição. "Eu represento o coração de um distrito que já foi representado por Lyndon Johnson", continuou Doggett. "Sob circunstâncias muito diferentes, ele tomou a dolorosa decisão de se retirar. O presidente Biden deveria fazer o mesmo. (...) Respeitosamente, faço um apelo a ele para que se retirar [da corrida eleitoral]".

Desempenho de Biden acendeu um alerta no Partido Democrata. Com a voz rouca, uma gagueira persistente e frases confusas, o presidente deixou uma imagem oposta à mostrada por seu rival, que adotou um tom claro e enérgico no debate na CNN. Desde então, vários democratas têm demonstrado preocupação e sugerido -de forma anônima- que Biden abandone a disputa. Doggett, de 77 anos, é o primeiro a falar sobre isso abertamente.

Oficialmente, equipe reitera que presidente continua na disputa. Ainda não se sabe, porém, se outros democratas seguirão Lloyd Doggett e pedirão ao presidente que desista de tentar a reeleição.

"Nosso principal critério deve ser quem tem a maior chance de salvar nossa democracia de uma tomada autoritária por um criminoso e sua gangue. Há muito em jogo para arriscar uma vitória de Trump - um risco grande demais para presumir que o que não foi revertido no debate possa ser revertido agora. (...) Biden salvou nossa democracia ao nos livrar de Trump em 2020. Ele não deve nos entregar a Trump em 2024", disse Lloyd Dogget, do Texas, em comunicado oficial.

POSSIBILIDADES E DIFICULDADES

Democratas têm até a Convenção Nacional para definir candidato. No evento, que acontece entre os dias 19 e 22 de agosto, o partido vai apresentar e oficializar o nome de quem vai concorrer contra Trump nas eleições de novembro. Analistas com quem o UOL conversou explicaram ser "praticamente impossível" que os democratas consigam substituir Biden -se assim o quiserem- sem que o próprio presidente se retire da disputa, algo que ele já jurou diversas vezes que não faria.

Desistência de Biden seria a solução possível, mas é pouco provável. O democrata pode se retirar da disputa pela reeleição e continuar no cargo até o fim de seu mandato, mas seria uma situação bastante incomum: na história dos EUA, isso só aconteceu uma vez, em 1968, com o então presidente (e também democrata) Lyndon Johnson. Em caso de desistência, uma disputa seria aberta dentro do partido, uma vez que nem Biden, nem qualquer outra pessoa poderia nomear um sucessor.

Partido agora vive uma 'sinuca de bico', segundo especialista. Por um lado, tirar Biden da disputa enfraqueceria ainda mais sua imagem, reforçando a tese dos republicanos de que o presidente não é capaz de governar os EUA por mais quatro anos. Por outro, faltando menos de dois meses para a convenção democrata e pouco mais de quatro meses para a eleição, "qualquer candidato agora vai sair em grande desvantagem em relação a Trump", disse ao UOL Adriano Cerqueira, professor de Relações Internacionais do Ibmec-BH.


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