Diretor do CNE diz que não recebeu provas da vitória de Maduro
Juan Carlos Delpino, diretor do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela, denunciou “irregularidades” nas eleições de 28 de julho, que reelegeram Nicolás Maduro. Em entrevista ao New York Times, Delpino afirmou não ter recebido provas de que Maduro venceu e pediu desculpas ao povo venezuelano.
"Lamento profundamente que a eleição e seu reconhecimento não sirvam para todos os venezuelanos, que não resolvam as nossas diferenças, não promovam a unidade nacional e que, em vez disso, haja dúvidas entre a maioria dos venezuelanos e a comunidade internacional sobre os resultados", disse o diretor em sua conta no X, antigo Twitter.
Delpino, um dos dois diretores do CNE alinhados à oposição, criticou o processo eleitoral e declarou estar envergonhado pelo fracasso em realizar uma eleição aceita por todos. Em um comunicado no X (antigo Twitter), Delpino mencionou a retirada de testemunhas da oposição durante o encerramento das mesas receptoras e a interrupção da transmissão dos resultados devido a um suposto ataque hacker, além de apontar atrasos e silêncio inexplicáveis.
A oposição alega ter vencido com 67% dos votos, conforme cópias das atas de votação publicadas na internet, que o regime de Maduro considera forjadas. O Centro Carter, um dos poucos observadores independentes da eleição, confirmou que Edmundo González Urrutia teria vencido com mais de 60% dos votos. Delpino, que está escondido devido ao medo de represálias, continua a expor os problemas do processo eleitoral.
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