Embaixador relata danos à embaixada do Brasil na Síria após bombardeios
O embaixador do Brasil na Síria, André Santos, contou, em entrevista à TV Globo nesta sexta-feira (13), os detalhes da retirada da comitiva brasileira da embaixada em Damasco, após o agravamento da situação de segurança no país. O processo foi acelerado devido aos danos causados por um bombardeio a 3 km da embaixada, que resultou em vidros quebrados e vibrações fortes no edifício.
"No sábado, nós tivemos um bombardeio que atingiu um aeródromo militar que fica a 3 km da nossa embaixada, só que as bombas que foram lançadas lá causaram um estrago. Primeiro, uma onda de choque, e, em consequência dessa onda de choque, estragos materiais na embaixada, que eu, em dois anos e meio de Síria, nunca havia presenciado. E aí, foi realmente um impacto muito grande, tanto do ponto de vista psicológico, quanto do ponto de vista material mesmo", prosseguiu Santos. O grupo, identificado como membros do HTS (grupo extremista que derrubou Bashar al-Assad), foi persuadido a liberar a comitiva após Santos explicar a situação.
A operação contou com o apoio do Departamento de Salvaguarda e Segurança (DSS) da ONU, que garantiu a segurança do trajeto e facilitou a passagem pela fronteira síria. Durante o percurso, a comitiva passou por cenários devastados pela guerra, incluindo veículos e caminhões destruídos.
O embaixador também destacou a importância do apoio brasileiro, com a ONU ajudando a escoltar a comitiva até Beirute. A Embaixada do Brasil na Síria permanece fechada, e a equipe brasileira continuará a atender brasileiros em situações urgentes a partir de Beirute. A previsão é que a embaixada retorne à atividade apenas quando a segurança no país permitir.
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