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Hamas liberta mais reféns em acordo de cessar-fogo com Israel

Por Folha de São Paulo

30/01/2025 9h45 — em
Mundo


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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O grupo terrorista Hamas começou a libertar nesta quinta-feira (30) um grupo de oito reféns —três israelenses e cinco tailandeses— como parte de seu cessar-fogo com Israel. Este, em troca, libertará mais de cem prisioneiros palestinos.

Esta é a terceira troca desde que a trégua entrou em vigor, em 19 de janeiro. A expectativa é de que ela encerre mais de 15 meses de uma guerra devastadora na Faixa de Gaza, desencadeada pelo ataque do Hamas contra Israel em 7 de outubro de 2023.

A soldado israelense, Agam Berger, 20, vestindo um uniforme verde-oliva, foi conduzida por um beco estreito entre prédios fortemente danificados e sobre pilhas de escombros em Jabalia, no norte de Gaza, antes de ser entregue à Cruz Vermelha. Poucos minutos depois, o Exército israelense confirmou que ela estava sob sua custódia. Ela foi sequestrada no ataque quando cumpria serviço militar perto de Gaza.

"Nossa filha é forte, fiel e corajosa", disse um comunicado de sua família. "Agora Agam e nossa família podem começar o processo de cura, mas a recuperação não estará completa até que todos os reféns retornem para casa."

Segundo a relação de reféns recebida pelo gabinete do primeiro-ministro Binyamin Netanyahu, também serão libertados nesta quinta a civil Arbel Yehud, 29, sequestrada junto à família de seu namorado, e o germano-israelense Gadi Moses, 80, que seria o primeiro homem israelense na lista do cessar-fogo deste ano.

Aliado do Hamas, a facção Jihad Islâmico publicou um vídeo que mostrava Yehud e Moses se abraçando e sorrindo em um local não revelado.

Os reféns devem ser levados para três hospitais diferentes em Israel, embora isso possa mudar dependendo da inspeção imediata dos médicos na chegada.

Também nesta quinta serão liberados cinco trabalhadores tailandeses. Em contrapartida, Israel libertará 110 palestinos detidos em suas prisões, 32 deles condenados à prisão perpétua, segundo uma ONG palestina. Entre esses prisioneiros libertados, há 30 crianças e alguns membros de grupos palestinos condenados por seu envolvimento nos ataques em Israel.

O primeiro-ministro israelense recebeu instruções para adiar a libertação de prisioneiros palestinos, que estava prevista para quinta, até que seja garantida a saída segura dos reféns israelenses nos próximos dias, conforme declaração oficial.

Militantes se aglomeraram no local da casa bombardeada do líder do Hamas, Yahya Sinwar, morto durante a guerra que há dura 15 meses —um lembrete de que o Hamas, que Israel jurou destruir, ainda tem uma forte presença em Gaza apesar dos intensos bombardeios do mais avançado Exército do Oriente Médio.

"O assassinato de líderes apenas torna o povo mais forte e teimoso", disse o alto funcionário do Hamas, Sami Abu Zuhri, sobre Sinwar, que foi filmado por um drone de Israel gravemente ferido atirando um pedaço de madeira no dispositivo em sua última desafio final a Israel.

Por outro lado, israelenses se reuniram no que ficou conhecido como Praça dos Reféns, uma praça central em Tel Aviv, que se tornou o principal local para os esforços de campanha em nome dos reféns mantidos em Gaza, aplaudindo e chorando enquanto assistiam à libertação em uma tela gigante.

O grupo tinha previsão de chegada a Ramallah, na Cisjordânia ocupada, por volta do 12h do horário local (7h em Brasília).

No sábado, segundo o cronograma anunciado por Israel, mais três reféns, todos homens, devem ser libertados.

Aproximadamente metade dos reféns foram libertados em novembro de 2023 no único cessar-fogo anterior, e outros foram encontrados mortos ou vivos durante a campanha militar de Israel em Gaza. Israel ainda lista 89 reféns aprisionados em Gaza, com cerca de 30 declarados mortos.

Cerca de 1.200 pessoas foram mortas e mais de 250 reféns foram sequestrados no ataque do Hamas em Israel, há 15 meses. A resposta militar israelense matou mais de 47 mil palestinos e devastou o território que tinha 2,3 milhões de habitantes.

Centenas de milhares de gazenses retornaram a seus bairros no norte, onde a luta foi mais intensa. Muitos encontraram suas casas inabitáveis e bens básicos em falta.


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