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Helicóptero se choca com avião em Washington; socorristas não encontram sobreviventes

Por Folha de São Paulo

30/01/2025 10h15 — em
Mundo


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WASHINGTON, EUA E SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Um jato comercial da American Airlines colidiu na noite desta quarta-feira (29) com um helicóptero militar sobre o rio Potomac, numa região próxima do Aeroporto Ronald Reagan, a 6 km do centro de Washington, capital dos Estados Unidos.

Na manhã desta quinta-feira (30), o chefe dos Bombeiros de Washington afirmou que os socorristas não encontraram nenhum sobrevivente e que 28 corpos já tinham sido recuperados, sendo 27 do avião e 1 do helicóptero. Acrescentou que agora a operação deixa de ser de busca por sobreviventes e passa a focar o resgate dos corpos.

Segundo a companhia aérea, havia 60 passageiros e 4 tripulantes na aeronave. O helicóptero era um modelo Sikorsky H-60 Black Hawk, usado pelas Forças Armadas americanas. O Exército informou que havia três soldados a bordo.

Com isso, este se torna o pior acidente aéreo a ocorrer na capital americana desde 13 de janeiro de 1982, quando um avião da Air Florida se chocou com uma ponte sobre o Potomac e caiu, matando 78 pessoas —74 estavam na aeronave, enquanto as outras 4 estavam em automóveis que atravessavam a ponte no momento do acidente. Daquela vez, porém, houve 5 sobreviventes, sendo 4 passageiros e 1 tripulante.

De acordo com a Agência Federal dos Estados Unidos, o acidente ocorreu por volta das 21h dos EUA (23h de Brasília). O avião operado pela American Airlines voou de Wichita, no estado de Kansas, e estava prestes a pousar no aeroporto Ronald Reagan.

Entre as 64 pessoas no avião havia diversos patinadores artísticos, assim como parentes e treinadores deles, de volta após um campeonato em Wichita. O grupo incluía os campeões Ievgenia Chichkova e Vadim Naumov, segundo reportou a imprensa russa.

O Kremlin lamentou as mortes dos cidadãos do país, mas afirmou que não havia planos de o presidente Vladimir Putin conversar com seu homólogo americano, Donald Trump, por ora.

O caso é investigado pelo Pentágono. A CBS News afirmou que mergulhadores recuperaram uma das duas caixas-pretas do avião.

O chefe do Corpo de Bombeiros de Washington, John Donelly, afirmou em entrevista coletiva que cerca de 300 pessoas trabalhavam no resgate de vítimas na madrugada. Diversos barcos e helicópteros foram deslocados para auxiliar nas buscas.

Donelly e outras autoridades informaram que as condições da operação eram complicadas, devido às baixas temperaturas na água, ao vento e à escuridão.

O Aeroporto Ronald Reagan anunciou que sua pista principal reabriria às 11h (13h de Brasília) da quinta.

Cerca de duas horas após o acidente, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foi informado sobre o acidente e disse estar acompanhando a situação. "Fui totalmente informado sobre o terrível acidente que acabou de ocorrer no Aeroporto Nacional Reagan. Que Deus abençoe suas almas. Agradeço pelo trabalho incrível realizado por nossos socorristas. Estou acompanhando a situação e fornecerei mais detalhes à medida que surgirem", disse Trump num pronunciamento divulgado pela Casa Branca.

Depois, o presidente comentou novamente o caso em mensagem na sua rede, a Truth Social, e questionou o motivo do acidente. "O avião estava em uma linha de aproximação perfeita e rotineira para o aeroporto. O helicóptero estava indo diretamente em direção ao avião por um período prolongado. É uma noite clara, as luzes do avião estavam brilhando intensamente. Por que o helicóptero não subiu ou desceu, ou virou?", escreveu.

"Por que a torre de controle não disse ao helicóptero o que fazer em vez de perguntar se eles viram o avião? Esta é uma situação ruim que parece que deveria ter sido evitada", seguiu Trump.

Nesta quinta, o recém-nomeado secretário de Transportes americano, Sean Duffy, reforçou as declarações do presidente. "Se acho que era possível prevenir esse acidente? Com certeza", disse em uma entrevista coletiva.

O vice-presidente, J. D. Vance, também se manifestou. "Por favor, façam uma oração por todos os envolvidos na colisão aérea perto do aeroporto Reagan esta noite. Estamos acompanhando a situação, mas por enquanto, vamos torcer pelo melhor."

Segundo os especialistas, as chances de as vítimas do acidente sobreviverem por muito tempo nas águas geladas do Potomac eram mínimas. Na quarta, a temperatura do rio era de 2,2 °C, segundo a Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA, na sigla em inglês).

Com esta temperatura, "a água fria elimina rapidamente o calor do corpo, o que pode levar ao choque térmico no primeiro minuto, à perda do controle muscular em dez minutos e a hipotermia em de 20 a 30 minutos", afirma o site do Serviço Meteorológico Nacional.

O último grande acidente fatal envolvendo um avião comercial nos EUA ocorreu em 2009, quando todas as 49 pessoas a bordo de um voo da Colgan Air morreram quando o avião caiu no estado de Nova York. Uma pessoa também foi morta no solo.


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