Justiça argentina emite mandado de captura contra ditador da Nicarágua
Um juiz federal argentino emitiu um mandado de captura internacional contra Daniel Ortega, presidente da Nicarágua, e sua esposa, Rosario Murillo, vice-presidente, por supostas violações de direitos humanos. A decisão, datada de 30 de dezembro de 2024, se baseia no princípio da jurisdição universal, permitindo que tribunais argentinos processem casos de crimes contra a humanidade independentemente de onde tenham ocorrido.
A denúncia foi apresentada em 2022 por professores e estudantes da Universidade de Buenos Aires e documenta a repressão de manifestações civis, prisão de opositores e perseguições a grupos vulneráveis durante o governo de Ortega, que está no poder há 17 anos. Segundo relatórios, a Nicarágua é considerada uma das piores autocracias eleitorais do mundo, ocupando o 176º lugar em um ranking que avalia democracias.
Ortega, ex-guerrilheiro que se tornou um herói nacional após a Revolução Sandinista de 1979, consolidou um regime autocrático, eliminando a competição política e restringindo a liberdade de expressão. Ele já foi reeleito três vezes sob acusações de fraude e repressão, incluindo a detenção de sete pré-candidatos da oposição em 2021.
As crescentes violações de direitos humanos e a repressão política, especialmente contra a Igreja Católica e veículos de comunicação, levaram a uma deterioração significativa das liberdades civis no país. Analistas apontam que Ortega utiliza a violência para se manter no poder, reforçando um regime centralizado e repressivo.
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