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Maduro anuncia entrega de 180 mil hectares de terras na Venezuela ao MST

Por Folha de São Paulo

15/03/2025 23h30 — em
Mundo


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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou a entrega de um terreno de 180 mil hectares ao MST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra). O anúncio foi feito na quinta-feira (15) em ato transmitido pelo YouTube.

O terreno destinado ao movimento social brasileiro tem área um pouco maior do que a cidade de São Paulo e fica no estado de Bolívar, que faz fronteira com Roraima. A entrega faz parte do projeto agrícola Pátria Grande do Sul.

De acordo com Maduro, o MST vai usar o terreno para produzir alimentos como banana da terra, mandioca, inhame, mamão, cana-de-açúcar e feijão, além de frango, carne de porco, carne de gado e leite. O movimento também atuará na recuperação de áreas degradadas de floresta.

"Esse pode ser considerado o maior projeto dirigido por movimentos campesinos da América do Sul para produzir com métodos e agricultura agroecológica regenerativa alimentos orgânicos em grande escala que vão abastecer o nosso povo na Venezuela e o povo no norte do Brasil", afirmou o ditador.

No vídeo do ato, militantes do MST aparecem ao lado de dirigentes chavistas no terreno em Bolívar. "É com muito entusiasmo, alegria e felicidade que estamos aqui hoje fazendo esse ato de reafirmação do MST com o povo venezuelano", disse Rosana Fernandes, representante do movimento.

Aliado do PT, o MST é historicamente próximo do chavismo e manteve boas relações com o regime Maduro mesmo após as críticas do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à condução das eleições venezuelanas em julho do ano passado, nas quais o ditador foi reconduzido a um novo mandato.

O CNE (Conselho Nacional Eleitoral) afirmou que Maduro foi reeleito com 51% dos votos, contra 44% do opositor Edmundo González. O órgão não divulgou os resultados desagregados por urnas, contrariando a lei venezuelana e ignorando os apelos de governos estrangeiros.

A oposição, que diz ter recolhido a maioria dos boletins de urna, afirma que seu candidato foi o vencedor da disputa com mais de 70% dos votos. Após dirigentes opositores e manifestantes anti-Maduro serem presos, González se exilou na Espanha.


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