SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - Liora Argamani, mãe de Noa Argamani, morreu aos 61 anos, vítima de um câncer no cérebro. Ela passou os últimos dias ao lado da filha, que foi sequestrada pelo Hamas em outubro de 2023, após o ataque a Israel, e libertada no início de junho.

Morte foi confirmada pelo hospital onde Liora estava internada. Em comunicado divulgado nesta terça-feira (2), o Centro Médico Sourasky, em Tel Aviv, disse que Noa e parentes próximos estiveram com Liora ao longo dos últimos dias e que a família pediu respeito a sua privacidade "durante este período difícil". A mulher, que é chinesa, morava em Tel Aviv com o pai de Noa, um homem israelense.

Mãe e filha haviam se reencontrado em 8 de junho, após oito meses. Noa foi resgatada junto a outros três reféns que passaram 245 dias sob o poder do Hamas.

Um vídeo compartilhado pelo governo de Israel mostrou o reencontro entre a jovem de 26 anos e o pai. Noa estava no festival de música eletrônica que foi alvo do Hamas em 7 de outubro de 2023.

MÃE FEZ APELO POR LIBERTAÇÃO DA FILHA

Em novembro, Liora gravou um vídeo pedindo a volta da filha. Na ocasião, ela revelou que tinha um câncer no cérebro e não sabia quanto tempo ainda tinha de vida.

"Noa, eu quero dizer que, se eu não conseguir vê-la, saiba que eu te amo muito e que fizemos de tudo para que você fosse solta. O mundo inteiro te ama", disse (assista acima).

Ela também deu entrevistas e escreveu cartas a líderes mundiais. Liora pediu que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e a Cruz Vermelha ajudassem a trazer Noa de volta.

Recentemente, Noa citou a mãe ao pedir pela libertação dos demais reféns. No sábado (29), em um vídeo exibido durante uma manifestação em Tel Aviv, a jovem fez um apelo para que o governo israelense chegue a um acordo com o Hamas, como reportou o jornal The Times of Israel.

"Como filha de uma mãe que está gravemente doente, o que mais me preocupou durante o cativeiro foi a preocupação com os meus pais", declarou, acrescentando ser "um grande privilégio estar ao lado da minha mãe depois de oito meses de incertezas".

QUEM É NOA ARGAMANI

Noa Argamani, 26, foi sequestrada durante o massacre na festa Supernova no deserto em 7 de outubro. Ela foi vista em um vídeo do Hamas, gritando por sua vida enquanto estendia os braços em direção ao namorado, também capturado.

Noa e o namorado foram ao evento sem informar os pais. Após um serviço religioso, Yaakov notou que Noa e Avinatan estavam desaparecidos. Imagens posteriores mostraram Noa em Gaza.

A situação ganhou notoriedade, levando o primeiro-ministro israelense a pedir intervenção do governo chinês. Terroristas do Hamas exibiram Noa em outro vídeo, alegando que outros reféns foram mortos por ataques israelenses.