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Médico brasileiro é detido no Egito após postar vídeos com ofensa sexual a vendedora

Por Folha de São Paulo

31/05/2021 13h34 — em
Mundo


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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O médico brasileiro Victor Sorrentino foi detido neste domingo (31) acusado de assédio sexual por autoridades egípcias após divulgar em seu Instagram um vídeo em que ofende uma vendedora muçulmana com frases de cunho sexual.

Sorrentino tem quase 1 milhão de seguidores e tornou seu perfil privado após a repercussão do caso.

Segundo um comunicado do Ministério do Interior egípcio, o médico gaúcho foi detido depois de ter publicado o vídeo, e o caso foi encaminhado à promotoria responsável. Ainda não foi divulgado se o brasileiro permanecerá detido durante a investigação. No sistema egípcio, o processo pode levar anos até chegar ao julgamento.

"Nosso sistema de inteligência localizou a vítima e o autor do assédio. Estamos tomando as medidas cabíveis e ele foi encaminhado à promotoria responsável", diz o texto.

No vídeo, Sorrentino conversa em português com uma vendedora de papiros. "Vocês gostam mesmo é do bem duro, né?", pergunta o médico. "Comprido também fica legal, né? O papiro comprido".

Sem entender o idioma, ela responde que sim, sorri e é alvo de risadas do médico e seus acompanhantes brasileiros.

Depois do ocorrido, Sorrentino publicou um vídeo justificando o episódio e dizendo ser "muito brincalhão".

Sorrentino é defensor do chamado tratamento precoce para a Covid-19 e deu entrevistas defendendo a hidroxicloroquina, medicamento considerado ineficaz para a doença. Os próprios fabricantes do medicamento não recomendam o uso contra o coronavírus, e, em outubro do ano passado, a OMS (Organização Mundial da Saúde) rejeitou de forma conclusiva e contraindicou "fortemente" essa utilização do medicamento.

Um vídeo antigo que voltou a circular agora na internet mostra o presidente Jair Bolsonaro, quando ainda era deputado federal, dizendo que Victor Sorrentino é "mais que um amigo virtual, um irmão de farda e de fé". "Juntos, nós mudaremos o Brasil", afirma.

A reportagem tentou contato com a irmã de Victor, Patrícia, que cuida do marketing de suas redes sociais, mas ela não respondeu até a publicação deste texto.

Ao G1, ela enviou nota dizendo que "são irreais e inverídicas as manchetes de prisão do Dr. Victor Sorrentino".

"O médico está prestando esclarecimento às autoridades para desfazer, assim como já havia feito, inclusive, com a própria egípcia, os vieses maldosos implementados aos seus atos por parte da imprensa, na última semana. Assim, quando terminados os trâmites no país, o Dr. Victor retornará e explicitará todo o ocorrido", diz o texto publicado.


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