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Ministro de El Salvador diz que crime caiu porque Bukele mandou Suprema Corte 'al carajo'

Por Folha de São Paulo

07/07/2024 14h00 — em
Mundo



BALNEÁRIO CAMBORIÚ, SC (FOLHAPRESS) - Tratado como celebridade pela plateia bolsonarista presente na conferência conservadora Cpac, o ministro da Justiça e Segurança de El Salvador, Gustavo Villatoro, disse neste domingo (7) que o país conseguiu reduzir os índices de criminalidade por ter mandado as principais instituições judiciárias do país "al carajo".

"Quando o povo salvadorenho entregou ao presidente [Nayib] Bukele a maioria do governo e do Congresso, em 2021, tomamos uma decisão que nunca havia sido tomada. Mandamos 'al carajo' a Corte Suprema de Justiça. E não apenas isso, também mandamos 'al carajo' o procurador da República. Eles trabalhavam para El Salvador não seguir adiante, não poder viver em paz", discursou, no evento que ocorre em Balneário Camboriú (SC).

A expressão em espanhol é muito utilizada também pelo presidente da Argentina, Javier Milei, outro que participa da conferência e termina seus discursos com o bordão "viva la libertad, carajo!".

Com sua fala, o ministro vinculou duas das principais marcas do governo Bukele: o combate à criminalidade com medidas duras, que incluem encarceramento em massa, e o assédio judicial, que incluiu a destituição de ministros da corte suprema e representantes do Ministério Público.

Para a direita brasileira, sobretudo os bolsonaristas, El Salvador virou um case de sucesso no combate ao crime organizado e Villatoro, responsável pelo dia a dia dessa política, procurou dar sua receita à plateia.

O primeiro passo, afirmou, foi combater o que ele chama de globalistas, que estariam mais preocupados com os direitos humanos do que com a segurança da sociedade.

"Começaram a impor leis para que os menores infratores ficassem impunes. Impuseram códigos penal e processual que não eram para o Estado ganhar a guerra contra o crime organizado. E tomaram o poder judicial", afirmou.

Esses globalistas, segundo ele, incluem ONGs que seriam financiadas por entidades internacionais, além de veículos de comunicação. "Recebemos ataques de todos esses meios financiados pelos globalistas e essas ONGs, que tiveram de tirar a máscara. Estão enamoradas dos criminosos, não dos salvadorenhos", declarou.

Para o ministro, a aprovação popular das políticas linha-dura contra o crime foi comprovada pela reeleição folgada de Bukele no início do ano, embora a Constituição do país salvadorenho não a permitisse.

"Nossas políticas em matéria de segurança tiveram um plebiscito na eleição presidencial. Mais de 80% dos salvadorenhos apoiaram o presidente Bukele".

Ele também relacionou o sucesso do governo a valores caros à direita. "O salvadorenho é conservador, cremos em Deus, pátria e família", disse, sob mais aplausos.

Villatoro afirmou ainda que o pequeno país centro-americano tornou-se um farol para outros povos do continente. "Não estamos mais no fundo da classe, somos agora líderes, somos esperança para 660 milhões de latino-americanos que querem viver em segurança", disse.

Finalizou prometendo que as políticas implementadas por Bukele têm de se tornar irreversíveis, porque não é possível recuperar "assassinos em série".

"Não há reabilitação para assassinos seriais. As mudanças que estamos fazendo com Bukele têm que ser irreversíveis. Esses assassinos não podem ser um problema para nossas futuras gerações", afirmou.


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