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'Não tem nada de grave, nada de anormal', diz Lula sobre eleição contestada na Venezuela

Por Folha de São Paulo

30/07/2024 17h30 — em
Mundo



BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta terça-feira (30) não ver "nada de anormal" em relação à eleição da Venezuela, ocorrida no domingo e na qual foi declarada a reeleição do ditador Nicolás Maduro.

"O PT reconheceu, a nota do partido dos trabalhadores reconhece, elogia o povo venezuelano pelas eleições pacíficas que houveram. E ao mesmo tempo ele reconhece que o colégio eleitoral, o tribunal eleitoral já reconheceu o Maduro como vitorioso, mas a oposição ainda não. Então, tem um processo. Não tem nada de grave, não tem nada de assustador", disse.

"Eu vejo a imprensa brasileira tratando como se fosse a Terceira Guerra Mundial. Não tem nada de anormal. Teve uma eleição, teve uma pessoa que disse que teve 51%, teve uma pessoa que disse que teve 40 e pouco por cento. Um concorda, o outro não. Entra na Justiça e Justiça faz", completou.

A declaração foi feita em entrevista à TV Centro América, afiliada da TV Globo em Mato Grosso, na manhã desta terça. A entrevista foi gravada fora da agenda, inicialmente, e trechos foram divulgadas à tarde pela GloboNews.

Na noite de segunda (29), a executiva nacional do PT afirmou em nota que o processo eleitoral que elegeu Maduro foi uma "jornada pacífica, democrática e soberana". O partido cumprimentou o povo venezuelano pela eleição e declarou ter certeza que o CNE (Conselho Nacional Eleitoral), que apontou a vitória de Maduro, "dará tratamento respeitoso para todos os recursos que receba, nos prazos e nos termos previstos na Constituição da República Bolivariana da Venezuela".

À tarde nesta terça, Lula conversou com Biden por telefone para discutir a crise que eclodiu na Venezuela após as eleições. A conversa durou cerca de uma hora.

O CNE , órgão controlado pelo chavismo, declarou vencedor o ditador Nicolás Maduro. O resultado foi imediatamente contestado pela oposição, cujo candidato foi o diplomata Edmundo González, e por um grupo de países na região.

Eclodiram protestos na Venezuela, que desde a segunda (29) deixaram seis pessoas mortas e mais de 740 detidas.

O governo Lula, aliado histórico do chavismo, ainda não felicitou Maduro. Em nota divulgada na segunda, o Itamaraty defendeu a publicação pelo CNE "dados desagregados por mesa de votação".

Enviado por Lula para acompanhar o pleito, o assessor internacional da presidência, Celso Amorim, também defendeu a publicação das atas das mesas eleitorais. Ele disse, porém, que até o momento nem a oposição nem o governo comprovaram terem vencido o pleito.

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, manifestou na segunda "grave preocupação" com a possibilidade de o resultado não refletir a vontade da população e pediu uma apuração "justa e transparente".

No dia seguinte, uma porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca afirmou que há sinais claros de que o resultado eleitoral anunciado pelo CNE não reflete a vontade do povo venezuelano expressada na votação.


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