A UNAMA, agência da ONU no Afeganistão, condenou a recente legislação do governo talibã que impõe restrições severas à liberdade das mulheres. A nova lei, intitulada "Lei sobre a Promoção da Virtude e a Prevenção do Vício", foi aprovada na semana passada e é vista pela ONU como um "apartheid de gênero".

A legislação, com 35 artigos, introduz regras rigorosas para a vida cotidiana das mulheres afegãs. Entre as novas restrições estão a exigência de que as mulheres cubram o corpo completamente em público, a proibição de usarem suas vozes fora de casa, e a proibição de olharem para homens não relacionados por sangue ou casamento. O artigo 19 proíbe a música, considerada imoral pelos talibãs.

Roza Otunbayeva, Representante Especial do Secretário-Geral da ONU e chefe da UNAMA, criticou a lei, chamando-a de um retrocesso angustiante para o futuro do Afeganistão e uma ampliação das já intoleráveis restrições às mulheres e meninas afegãs. A União Europeia também expressou consternação, considerando a nova lei um ataque adicional aos direitos das mulheres e meninas no país.

O porta-voz adjunto do governo talibã, Hamdullah Fitrat, afirmou que as novas regras serão aplicadas "com moderação", sem uso de força ou opressão. Fitrat enfatizou que a aplicação das regras será feita com cuidado e orientação, buscando a compreensão da população.

A UNAMA continua a pressionar o governo talibã para reverter políticas que afetam os direitos humanos das mulheres e meninas no Afeganistão.