Novos protestos em Istambul reúnem multidão em oposição a Erdogan
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Manifestantes foram novamente às ruas de Istambul neste sábado (29) para pedir a libertação de Ekrem Imamoglu, prefeito da cidade e principal rival do presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan. Os atos aconteceram no lado asiático da cidade e, segundo o líder do Partido Popular Republicano (CHP, na sigla em turco), Ozgur Ozel, reúnem 2,2 milhões de pessoas.

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Há relatos de que, em comparação com protestos anteriores, havia menos jovens desta vez. A manifestação começou ao meio-dia do horário local (6h de Brasília), mas balsas fretadas pelo CHP, principal sigla de oposição do país, para cruzar o estreito de Bósforo (ponto que liga os mares Negro e Mediterrâneo) traziam participantes desde cedo.
A esposa, a mãe e os dois filhos de Imamoglu também participaram do ato. O prefeito está detido desde o dia 19 de março, acusado de corrupção e de ajudar um grupo considerado terrorista pelo governo. O político seria candidato à Presidência pelo CHP nas eleições previstas para 2028, de modo que sua prisão provocou uma onda de protestos diários.
Proibidas pelas autoridades, as manifestações não ocorrem mais em frente à prefeitura de Istambul desde a última segunda-feira (24). Em entrevista o jornal francês Le Monde, Orzel afirmou que as concentrações acontecerão sempre aos sábados em diferentes cidades turcas, e às quartas-feiras em Istambul.
"[Estou pronto para] correr o risco de passar oito, dez anos na prisão, se necessário, porque se não repelirmos esta tentativa de golpe, as urnas acabarão", disse o líder.
Manifestantes, jornalistas e advogados foram presos pela repressão aos protestos -em alguns casos durante a madrugada, enquanto estavam em suas casas. Segundo os últimos dados oficiais publicados na quinta-feira (27), mais de 2.000 pessoas foram detidas e, destas, 260 foram encaminhadas para presídios.

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