Oposição da Coreia do Sul apresenta novo pedido de impeachment contra Yoon
SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - Os partidos de oposição da Coreia do Sul apresentaram nesta quinta-feira (11) um novo pedido para impeachment do presidente Yoon Suk Yeol, que foi fortemente criticado após declarar lei marcial no país e voltar atrás horas depois.
A moção foi apresentada pela principal legenda de oposição, o Partido Democrata, e outros cinco partidos menores. No último sábado (7), os parlamentares oposicionistas já haviam feito uma tentativa de aprovar o impeachment, mas falharam após boicote de apoiadores de Yoon.
As siglas disseram que pretendem submeter o novo pedido à votação no sábado (14). A proposta precisa de uma maioria de dois terços dos votos dos membros do parlamento para seguir adiante, ou seja, 200 deputados devem ser a favor.
Entenda como funciona processo de impeachment na Coreia do Sul.
Na quinta-feira (11), Yoon prometeu ''lutar até o fim'' diante das tentativas de destituí-lo. Ele ainda defendeu seu decreto de lei marcial como uma medida para proteger a democracia e negou as acusações de ter causado desordem.
"A Assembleia Nacional, dominada pelo maior partido da oposição, se tornou um monstro que destrói a ordem constitucional da democracia liberal", disse Presidente Yoon Suk Yeol, em discurso televisionado.
O parlamento já aprovou moções para destituir o chefe da polícia nacional, Cho Ji-ho, e o ministro da Justiça, Park Sung-jae. Os dois foram suspensos de suas funções oficiais por terem executado ordem de aplicar a lei marcial.
E SE O PRESIDENTE FOR DERRUBADO?
Uma nova eleição deve ser realizada em até 60 dias. Em maio de 2017, eleição presidencial foi realizada após a decisão do Tribunal Constitucional de aceitar o impeachment da então presidente Park Geun-hye.
O mesmo acontece se Yoon renunciar antes. O primeiro-ministro, Han Duck-soo, assume o cargo temporariamente e uma nova eleição é realizando em até dois meses.
ONDE TUDO COMEÇOU
Presidente da Coreia do Sul decretou a lei marcial no país nesta terça-feira (3) e recuou horas depois. Yoon Suk Yeol justificou que a decisão era necessária para proteger o país de "forças comunistas" em meio a constantes disputas com o parlamento, controlado pela oposição. A medida surpreendente ocorreu no momento em que o Partido do Poder Popular de Yoon e o Partido Democrático, principal legenda de oposição, travam uma queda de braço em relação ao projeto de lei orçamentária do próximo ano.
Duras proibições foram anunciadas. "Todas as atividades políticas, incluindo as da Assembleia Nacional, dos conselhos locais, dos partidos políticos e das associações políticas, bem como assembleias e manifestações, são estritamente proibidas", disse comunicado do governo sul-coreano.
Os meios de comunicação estavam sujeitos a controle. "Para proteger a Coreia do Sul liberal das ameaças impostas pelas forças comunistas da Coreia do Norte e para eliminar elementos antiestatais", disse o presidente. Anúncio foi feito em um discurso televisionado ao vivo para a nação. Yoon Suk Yeol não especificou quais ameaças seriam essas.
Parlamento foi fechado. Em resposta, o presidente da casa legislativa afirmou que faria uma sessão de urgência na noite de terça para debater o anúncio do presidente. O parlamento, com 190 de seus 300 membros presentes, aprovou uma moção exigindo que a lei marcial declarada pelo presidente Yoon Suk Yeol fosse suspensa, mostrou a TV ao vivo.
Parlamentares aprovaram a revogação da lei e documento foi enviado ao gabinete presidencial. Apesar disso, o episódio deixou o país em uma das piores crises políticas de sua história moderna e colocou o futuro de Yoon em suspense.
ASSUNTOS: Mundo