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Ovacionada em convenção, Hillary Clinton diz que sua história é de progresso possível, mas não garantido

Por Folha de São Paulo

19/08/2024 23h15 — em
Mundo



CHICAGO, EUA (FOLHAPRESS) - A primeira mulher a disputar a Presidência dos Estados Unidos por um grande partido, Hillary Clinton, afirmou em seu discurso na convenção nacional democrata na noite desta segunda-feira (19) que a sua história é a de que o progresso é possível, mas não garantido.

Ao entrar no palco, ela foi ovacionada pela plateia que aplaudia de pé e teve que esperar um pouco até que o público se acalmasse para começar a falar.

"A história da minha vida e a história do nosso país é de que o progresso é possível. Mas não garantido. Temos que lutar por ele. E nunca, jamais desistir", afirmou. "Sempre há uma escolha. Avançamos ou recuamos? Nos unimos como 'Nós, o Povo' ou nos dividimos em nós contra eles?", citando a expressão que abre a Constituição dos EUA.

Hillary foi a candidata do partido em 2016. Embora tenha vencido Donald Trump no voto popular, ela foi derrotada por ele no colégio eleitoral. Muitos atribuem o fracasso de sua candidatura a erros de estratégia de campanha, que ignorou o desânimo de certos segmentos do eleitorado.

Agora, na convenção que oficializa Kamala Harris, a segunda mulher e a primeira não branca a disputar o cargo, Hillary deixa o alerta.

"Milhões de americanos votaram por um futuro em que não há tetos em nossos sonhos", disse. "Depois, nós mantivemos nosso olhar no futuro. Bom, meus amigos, o futuro é agora", afirmou.

"Não importa o que as pesquisas de intenção de voto digam, não podemos descansar."

A ex-secretária de Estado comparou sua trajetória com a da atual vice-presidente. "Nós duas começamos como jovens advogadas ajudando crianças que foram abusadas ou negligenciadas. Esse tipo de trabalho te muda. Essas crianças ficam com você. Kamala carrega consigo as esperanças de cada criança que ela protegeu, cada família que ela ajudou, cada comunidade que ela serviu", disse.

"Kamala está sendo zombada por sua risada. Isso me soa familiar", disse pouco depois, dando um sorrisinho.

Hillary também passou pelos pontos-chave da campanha: disse que Kamala vai reduzir os custos de vida, criar empregos e restaurar o direito ao aborto em âmbito nacional.

"A Constituição diz que o trabalho do presidente é 'garantir que as leis sejam fielmente executadas'. Essas são as palavras que nossos fundadores usaram: 'Cuidar'. Basta olhar para os candidatos. Kamala se preocupa com as crianças, com as famílias e com a América. Donald só se preocupa consigo mesmo", afirmou.

Como as outras pessoas que discursaram nesta noite, Hillary começou o discurso saudando o presidente Joe Biden, o grande homenageado do primeiro dia da convenção.

"Obrigada, Joe Biden, por sua dedicação e liderança", disse, interrompida por gritos de "obrigada, Joe", do público.

Ao falar sobre a condenação de Trump por um tribunal em Nova York, Hillary foi interrompida novamente pela plateia, mas dessa vez pela frase "prenda-o" (lock him up, em inglês). O grito é uma variação do entoado por apoiadores do republicano contra Hillary em 2016.

Kamala tem tentado abafar a manifestação, que há oito anos foi condenada por seu partido como um exemplo de autoritarismo. A ex-secretária de Estado, no entanto, deixou o público cantar, com uma expressão de quem claramente entendia (e curtia) a ironia da história.

De surpresa, Kamala fez uma curta aparição no início do horário nobre da convenção, por volta das 20h (horário local). "Esta semana vai ser maravilhosa. Quero dar o pontapé inicial celebrando o nosso incrível presidente Joe Biden", disse. "Por tudo o que você fez, nós seremos eternamente gratos a você."

A democrata também enfatizou a diversidade da convenção e fez um apelo para que os EUA se unam em novembro. "Vamos falar com uma só voz, com uma só nação, que estamos escolhendo avançar", disse, repetindo uma mensagem central de sua campanha.


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