Posição de Putin sobre cessar-fogo é promissora, mas incompleta, diz Trump
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WASHINGTON, EUA (FOLHAPRESS) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, comentou nesta quinta-feira (13) a reação de Vladimir Putin à proposta de cessar-fogo na guerra com a Ucrânia.

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"Ele deu uma declaração promissora, mas não foi completa", disse Trump, acrescentando que ainda é preciso que a Rússia concorde com a trégua. "Espero que façam a coisa certa."
A declaração foi dada à imprensa em reunião no salão Oval da Casa Branca com Mark Rutte, secretário-geral da Otan, a aliança militar ocidental liderada por Washington -o holandês parabenizou o americano pelas negociações entre os países em conflito no Leste Europeu.
Respondendo a perguntas de jornalistas, Trump afirmou que está recebendo "boas notícias" dos russos e disse que seria "decepcionante para o mundo" se Putin não concordar com o cessar-fogo. "Então, muitos dos detalhes de um acordo final já foram discutidos. Agora vamos ver se a Rússia está disposta. E se não estiver, será um momento muito decepcionante para o mundo."
O presidente americano voltou a dizer gostaria de se encontrar com Putin, mas que é preciso resolver rapidamente a negociação atual. Questionado se os EUA teriam sanções a aplicar a Rússia para forçá-los a aceitar o acordo, Trump tergiversou -embora já tenha feito ameaças nesse sentido sem deixar margem para dúvidas.
"Eu tenho meios, mas não quero falar sobre isso agora, porque no momento estamos conversando com eles, e com base nas declarações que ele fez hoje, acho que foram bastante positivas," afirmou.
A fala do presidente dos EUA ocorreu após a primeira manifestação pública de Putin sobre o acordo combinado por ucranianos e americanos na Arábia Saudita, na terça-feira (11). Na prática, ele quer discutir com os americanos os termos da proposta antes de se comprometer com qualquer pausa nos combates.
O encontro com o líder da Otan ocorre num momento considerado decisivo para o futuro da aliança. Rutte defende, por óbvio, a relevância do bloco enquanto é alvo de ataques constantes do republicano e alijado das negociações por um fim na guerra entre Rússia e Ucrânia.
No início da conversa com o secretário na Casa Branca, Trump creditou a si mesmo pelo fortalecimento da aliança. "A Otan se tornou muito mais forte com minhas ações", disse. O presidente americano critica reiteradamente os países que fazem parte da aliança militar por não atingirem a meta atual de gastar 2% dos respectivos PIBs com defesa. Esse percentual foi acordado há mais de uma década entre as nações que compõem a aliança, criada na época da Guerra Fria -Trump defende que esse índice seja ampliado para 5%.
O americano também já disse que só enviaria as Forças Armadas para atuar em defesa de outro membro da Otan (uma cláusula da aliança prevê essa exigência) se ele próprio julgar que esse país contribui com o bloco de maneira adequada.
"Vocês acham que eles vão vir nos proteger? Hmm. Eles deveriam. Não tenho tanta certeza," disse Trump em conversa com jornalistas no salão Oval no início do mês, insinuando que os colegas de Otan não defenderiam os EUA.
O republicano afirma que os EUA gastam quase US$ 1 trilhão em defesa e que a Europa depende do país no caso de guerra, porque os americanos têm, sozinhos, mais aviões de transporte pesados do que toda a região. Apesar disso, é incorreto dizer que os EUA bancam a Otan. Dos US$ 5 bilhões de orçamento da aliança em 2024, Washington contribuiu com 16%, o mesmo que a Alemanha, seguida por Londres e Paris (10%), Roma (8%) e demais capitais de forma proporcional ao tamanho de sua economia.

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