Trump critica juiz que proibiu deportação de venezuelanos: 'lunático'
Donald Trump, utilizou suas redes sociais para atacar um juiz federal que proibiu a deportação de imigrantes venezuelanos com base em uma lei de guerra do século XVIII. Em publicação na Truth Social, Trump chamou o magistrado de "lunático", "encrenqueiro" e "agitador", além de afirmar que ele deveria ser retirado do cargo. Apesar da decisão judicial, o governo americano seguiu com a deportação de 261 imigrantes para El Salvador nesta segunda-feira (17).
"Eu ganhei por muitos motivos, mas lutar contra a imigração ilegal pode ter sido o número 1 para esta vitória histórica. Estou apenas fazendo o que os eleitores queriam que eu fizesse. (...) Não queremos criminosos violentos, perversos e dementes, muitos deles assassinos condenados, em nosso país", afirmou em post na Truth Social.
Trump justificou a ação afirmando que apenas cumpre promessas de campanha e atende à vontade dos eleitores. O republicano declarou que muitos dos deportados eram criminosos violentos e que os Estados Unidos não deveriam abrigar "assassinos condenados". Ele ainda reforçou que combater a imigração ilegal foi um dos principais motivos de sua reeleição. A Casa Branca confirmou que pagou US$ 6 milhões ao governo de El Salvador para que o país recebesse os deportados em suas megaprisões.
A medida tem gerado controvérsias. A decisão de Trump de invocar a "Lei de Inimigos Estrangeiros de 1798" para acelerar a deportação de supostos membros da gangue venezuelana Tren de Aragua foi bloqueada pelo juiz James Boasberg, que argumentou que a legislação só se aplica a atos hostis equivalentes a guerra. No entanto, o governo americano apresentou um recurso contra a decisão, alegando que agiu dentro da lei e que espera reverter a liminar nos tribunais.
O presidente de El Salvador, Nayib Bukele, celebrou a chegada dos deportados e confirmou que 238 venezuelanos ligados ao Tren de Aragua e 23 membros da MS-13 foram encaminhados a uma prisão de segurança máxima. Em resposta à decisão do juiz americano, Bukele ironizou a situação nas redes sociais: "Ops... tarde demais". O governo da Venezuela, por sua vez, condenou a deportação e classificou o uso da lei como "anacrônico" e uma violação dos direitos dos migrantes.
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