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Trump é retirado de comício após sons de tiros; ex-presidente passa bem, diz campanha

Por Folha de São Paulo

13/07/2024 21h00 — em
Mundo



WASHINGTON, EUA (FOLHAPRESS) - Um comício de Donald Trump em Butler, no estado da Pensilvânia, foi interrompido neste sábado (13) após sons de tiros. O ex-presidente foi retirado do local aparentemente ferido. A campanha do republicano diz que ele está bem e passando por exames. O incidente está sendo investigado como uma tentativa de homicídio.

Um participante do comício foi morto e um segundo está ferido em condições graves, segundo o promotor do condado, Richard Goldinger. O atirador foi morto pelo Serviço Secreto, disse o órgão.

No momento em que os barulhos foram ouvidos, Trump levou a mão à orelha direita e, em seguida, abaixou-se, assim como vários apoiadores que apareciam no fundo da transmissão. Um grito que parecia de uma mulher pode ser ouvido ao fundo. Ao se levantar, ele tinha um pouco de sangue na orelha, bochecha e mãos.

Agentes do serviço secreto subiram no palco e retiraram o ex-presidente, escoltando-o até um carro. Trump saiu do palco erguendo o punho, em um gesto para demonstrar força, enquanto o público ao seu redor gritava "USA! USA!" (sigla em inglês para EUA). A foto desse momento está sendo repostada por aliados e apoiadores nas redes sociais.

O acontecimento embaralha ainda mais a corrida eleitoral pela Casa branca. Trump lidera a corrida por uma margem apertada, segundo pesquisas de intenção de voto. A convenção republicana, em que ele será oficializado como o candidato do partido, está programada para começar nesta segunda (15).

"O presidente Trump agradece às forças de segurança e aos socorristas pela rápida ação durante este ato hediondo. Ele está bem e está sendo examinado em uma unidade médica local. Mais detalhes seguirão", disse em nota porta-voz da campanha, Steven Cheung.

O serviço secreto está tratando o local, que foi evacuado, como uma cena de crime ativa. Dois homens armados fizeram uma varredura do palco, enquanto policiais corriam ao fundo. O Departamento de Justiça e o FBI devem se juntar à investigação do incidente agora.

A suspeita é de que o homem não estava dentro do evento, mas no telhado de uma construção nas proximidades.

"Um incidente ocorreu na noite de 13 de julho em um comício de Trump na Pensilvânia. O Serviço Secreto implementou medidas de proteção e o ex-presidente está seguro. Esta é agora uma investigação ativa do Serviço Secreto e mais informações serão divulgadas quando estiverem disponíveis", disse o porta-voz do órgão, Anthony Guglielmi.

Em um pronunciamento na TV, Biden afirmou que Trump está bem e que pretende falar com o republicano por telefone em breve. "Não há lugar na América para esse tipo de violência. É doentio. É por isso que precisamos unir esse país. Não podemos deixar isso acontecer", disse

Um pouco antes, ele afirmou em nota que está "grato em saber que ele está seguro e bem". "Estou rezando por ele e sua família, e por todos que estavam no comício, enquanto aguardamos mais informações."

"Jill e eu somos gratos ao Serviço Secreto por levá-lo para um lugar seguro. Não há espaço para esse tipo de violência na América. Devemos nos unir como uma nação para condená-la", completou.

O democrata estava na missa em uma igreja em Delaware quando o incidente aconteceu. A campanha do presidente está trabalhando para retirar propagandas políticas do ar e suspender o envio de emails, segundo a Associated Press.

Trump tinha falado por cerca de dez minutos quando os sons foram ouvidos. Havia expectativa de que ele anunciasse sua escolha para vice-presidente no evento.

O ex-presidente estava animado, e começou o discurso afirmando que o partido é "o mais unido agora", em referência às dúvidas entre democratas sobre a candidatura de Biden. Ele também atacou a entrada de imigrantes no país, e chegou a mostrar um gráfico para criticar o atual presidente.

Em seu perfil no X, Donald Trump Jr ., filho do republicano, postou uma foto do pai com a frase "ele nunca parará de lutar para salvar a América". A foto viralizou nas redes sociais.

O bilionário Elon Musk, dono da rede social, também postou um vídeo do momento em que Trump se abaixa no comício, aproveitando a publicação para oficializar seu apoio ao republicano na disputa pela Casa Branca.

Democratas lamentaram o incidente. O governador da Pensilvânia, Josh Shapiro, disse que foi informado sobre a situação e que "violência direcionada a qualquer partido político ou liderança política é absolutamente inaceitável".

O líder dos democratas no Senado, Chuck Schumer, se disse horrorizado com o que aconteceu e aliviado pelo fato de que o ex-presidente está seguro.

O comício acontecia em uma cidade a cerca de uma hora de Pittsburgh, capital da Pensilvânia. Para participar o evento, era preciso fazer um registro online simples, que exigia poucas informações pessoais e, ao entrar nele, passava-se por uma checagem de segurança.

Em razão do calor, a segurança do comício foi afrouxada para permitir a entrada de guarda-chuvas, desde que estes não tivessem ponta de metal, e garrafas d'água, desde que de plástico. As instruções proibiam, no entanto, que os participantes portassem mochilas e bolsas no evento.

Segundo participantes do evento, foi necessário passar por um detector de metais na entrada.

A Pensilvânia exige verificação de antecedentes para vendas de pistolas, mas não para fuzis.

O presidente Lula (PT) chamou de inaceitável e repudiou o ataque contra Trump neste sábado.

"O atentado contra o ex-presidente Donald Trump deve ser repudiado veementemente por todos os defensores da democracia e do diálogo na política. O que vimos hoje é inaceitável", escreveu em rede social.


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