Trump ordena deportação de ativistas pró-Palestina para 'combater antissemitismo'
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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (29) um decreto para "combater o antissemitismo", no qual exige que departamentos como o de Segurança Interna e o de Justiça encontrem maneiras de deportar ativistas pró-Palestina, incluindo estudantes universitários.
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A delação de Cid e o futuro da justiça no Brasil
De acordo com o jornal britânico The Guardian, o texto do presidente dos EUA instrui as agências federais a identificar autoridades civis e criminais aptas a "enfrentar o antissemitismo", especificamente deportando residentes estrangeiros como estudantes com vistos que tiverem violado a lei durante protestos que se espalharam em grandes universidades americanas no ano passado.
Os líderes dos departamentos e agências serão obrigados a fornecer recomendações à Casa Branca dentro de 60 dias, segundo a publicação. A medida de Trump também determina que o Departamento de Justiça investigue pichações pró-Hamas, o grupo terrorista que atacou Israel no 7 de Outubro, dando início à guerra na Faixa de Gaza, atualmente sob a vigência de um acordo de cessar-fogo.
Há meses os republicanos ameaçam punir faculdades que permitem protestos desse tipo, com ameaças de cortar o financiamento federal das universidades.
Durante sua campanha para presidente, Trump prometeu deportar estudantes pró-Hamas que possuem visto americano. Em seu primeiro dia no cargo, ele assinou um decreto que dizia: "Os EUA devem garantir que estrangeiros admitidos e estrangeiros já presentes no país não tenham atitudes hostis em relação a seus cidadãos, cultura, governo, instituições ou princípios fundadores."
Washington é, historicamente, a principal aliada diplomática e militar de Tel Aviv. O apoio do governo Joe Biden ao país de Binyamin Netanyahu custou-lhe, inclusive, votos importantes na disputa eleitoral contra Trump.
Na semana passada, o novo presidente também propôs transferir palestinos de Gaza para outros países, como Egito e Jordânia. Seus comentários provocaram condenação imediata e acusações de que ele estava pedindo uma limpeza étnica.
"Eu preferiria estar envolvido com algumas nações árabes e construir habitações em uma localidade diferente, onde eles [os palestinos] poderiam talvez viver em paz, para variar", disse Trump. "Você está falando de talvez 1,5 milhão de pessoas, e nós apenas limpamos a coisa toda e dizemos: Sabe como é, acabou."
No primeiro semestre do ano passado, uma onda de protestos de estudantes universitários se espalhou pelos EUA. Estudantes montaram acampamentos em universidades, sendo ameaçados de punição. Houve inúmeros confrontos com policiais, e dezenas de alunos acabaram presos.
De um lado, manifestantes defendiam sua liberdade de expressão enquanto criticavam as universidades e o governo israelense e defendiam o fim dos ataques contra os territórios palestinos e o fim da ajuda militar americana a Tel Aviv; de outro, parte dos estudantes judeus se dizia temerosa e afirmava que protestos contra a guerra se transformaram em antissemitismo.
Na época, foram registradas ações em universidades como Yale, Brown, Columbia e Michigan, além do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts).
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