União Europeia suspende retaliação comercial contra EUA após recuo de Trump

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A União Europeia decidiu suspender, por 90 dias, a aplicação de tarifas retaliatórias contra os Estados Unidos. O anúncio foi feito nesta quinta-feira (10) pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, após o governo norte-americano recuar parcialmente nas medidas protecionistas adotadas na última semana.
"Tomamos nota do anúncio do Presidente Trump. Queremos dar uma chance às negociações. Enquanto finalizamos a adoção das contramedidas da UE, que contaram com forte apoio dos nossos Estados-membros, vamos suspendê-las por 90 dias", escreveu.

Você é vítima, mas vai pagar a conta
A sinalização positiva do bloco ocorre após o presidente Donald Trump anunciar uma “pausa” nas tarifas recíprocas globais, com alíquota reduzida de 10% durante o mesmo período, excluindo apenas a China. O movimento foi interpretado como uma tentativa de conter a escalada da tensão comercial iniciada após a imposição de novas tarifas pelos EUA a mais de 180 países.
Contramedidas estavam prontas
Na quarta-feira (9), a UE havia aprovado um pacote de retaliação contra os EUA, incluindo a aplicação de uma tarifa de 25% sobre US$ 21 bilhões em produtos americanos — medida que começaria a valer a partir de 15 de abril. Com a suspensão, as tarifas não serão aplicadas no curto prazo.
Apesar da trégua, Von der Leyen enfatizou que o bloco permanece em estado de alerta. “Se as negociações não forem satisfatórias, as contramedidas serão aplicadas”, afirmou. Ela ainda destacou que o trabalho preparatório para novas medidas retaliatórias continua.
China segue como alvo principal
Enquanto os demais países ganham uma trégua de 90 dias, a China permanece como principal alvo da política tarifária norte-americana. Em comunicado divulgado nesta quarta, Trump anunciou o aumento imediato das tarifas sobre produtos chineses para 125%, alegando “falta de respeito” do governo de Pequim ao comércio internacional.
Em resposta, o Ministério das Finanças da China informou que também elevará suas tarifas sobre produtos americanos para até 84%, ampliando a disputa comercial entre as duas potências.

ASSUNTOS: Mundo