PF detalha desvios da saúde do Amazonas em que Sabino Castelo Branco, Chíxaro e Murad Aziz são investigados
Manaus/AM - A Polícia Federal informou em coletiva nesta quinta-feira (11) sobre a operação Cashback, um desdobramento da Maus Caminhos, que desviou milhões em recursos da saúde do Estado. Segundo a PF, os empresários faziam licitações fraudadas, além de superfaturamentos. Apenas em um dos contratos de uma das empresas envolvidas com o Estado no valor de R$ 552 milhões de reais, foi identificada fraude no valor de R$ 140 milhões de reais.
Segundo o delegado Alexandre Teixeira, dez pessoas foram presas até o momento e seis são consideradas foragidas. Entre os presos estão um contador que, segundo a PF, auxiliava operacionalmente o esquema para o retorno de parte da propina ao consumidor. O Deputado Federal Sabino Castelo Branco, o empresário Murad Aziz e o advogado Lino Chíxaro são alguns dos investigados. Teixeira explicou que Sabino não teve a prisão decretada, pois encontra-se internado em um hospital em São Paulo há 1 ano após sofrer um AVC; já Murad encontra-se foragido e há indícios de que ele operava com tráfico de influência recebendo dinheiro ilícito e a partir disso realizava lavagem de dinheiro.
Segundo Teixeira, foi identificado também que Chíxaro prestava serviços que iam além da advocacia. Ele e outro advogado, também investigado, atuavam como auxiliar da atividade ilícita e recebiam dinheiro como prestadores de serviço a Maus Caminhos.
Somente nesta nova fase, cerca de 20 e 30 empresas que ficaram de fora das outras operações estão sendo investigadas. Umas delas é o Grupo Bringel, que segundo a PF, tinha 90% de seus contratos com o Estado. A Controladoria Geral da União (CGU) identificou inúmeros indícios de irregularidades em outros contratos. Em um deles no valor de R$ 500 milhões, R$ 140 milhões foram desviados somando um prejuízo milionário aos cofres públicos.
A operação tem o trabalho conjunto da Polícia Federal, Controladoria Geral da União, Receita Federal e Ministério Público Federal que querem o ressarcimento total dos danos por meio de alienação dos bens, acordos e etc. Nove veículos de luxo foram apreendidos, além de objetos de valor e o bloqueio bancários dos envolvidos. “Vamos buscar de todas as formas possíveis dentro da legalidade”, disse Alexandre Jabur, Procurador da República do Amazonas.
Os investigados vão responder por peculato, tráfico de influência, falsidade ideológica porque fraudavam notas fiscais e lavagem de dinheiro. Os presos serão encaminhados para um presídio do Estado.
Os órgãos destacaram que não foi constatado relação com as eleições e não deve influenciar no segundo turno.
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ASSUNTOS: Murad aziz, Operação Cashback, Sabino Castelo Branco, Policial