Aquisições da Gradiente não deram resultados
Empresa industrial que esteve entre as maiores empregadoras do Polo Industrial de Manaus (PIM) e lançou produtos inovadores, a Gradiente, depois enfrentar recuperação judicial a partir de 2007, mais uma vez promete retornar à Zona Franca, mas há dúvidas sobre a concretização desse anúncio, inclusive por parte de sindicalistas e lideranças empresariais.
A queda da Gradiente começa em 2005, quando adquire a Philco da Itautec para produzir televisores. Com faturamento de R$ 1,4 bilhão, em 2006, no ano seguinte a empresa se desfez do negócio que não deu certo e bateu a crise. A empresa saiu do setor de televisores e levou prejuízo, à época, de cerca de R$ 400 milhões.
Naquele ano (2007), a Gradiente entrou em recuperação extrajudicial, saiu do mercado e passou a enfrentar uma série de processos. A suposta volta por cima foi anunciada em 2011, quando a empresa, sob o nome de Companhia Brasileira de Tecnologia Digital, mas mantendo a marca Gradiente, é constituída por Eugenio Staub, acionistas e funcionários.
Veja a história
Fundada em 1964, no bairro de Pinheiros, em São Paulo, a Gradiente lançou em 1965, um dos primeiros amplificadores do Brasil, com uma pequena loja, a fabricante foi adquirida em 1970 por Émile Styaub, que repassou o comando para seu filho, Eugene Staub.
Em 1972, a empresa inicia movimentos de aquisição e de se aliar a marcas como a JVC e a Seletrix, de transmissão de TV. Com a reserva de mercado no Brasil, a Gradiente cresce e se estabelece na Zona Franca de Manaus (ZFM).
Em 1975, a companhia já tem plantas no México e em 1983 vai às compras ao adquirir a Garrard que produzia toca-discos. O negócio, passado adiante em 1997 para Loricraft Audio, deu prejuízo de US$ 18 milhões à Gradiente.
Atari no portfólio
Ao se aliar à Polivox, os aparelhos de som 3 em 1 passaram a ser produzidos pela Gradiente, que também lançou no Brasil em 1983, em parceria com a Warner, o console Atari 2600. No mercado de jogos, a Gradiente também produziu sob licença consoles Nintendo e Phantom System.
As compras da companhia chegaram à alemã Telefunken, no setor de televisores e à parceria com a finlandesa Nokia, em 1993, para produzir celulares, conhecida como Nokia Gradiente Industrial (NGI), que durou até 2000, quando a Nokia incorporou a parte da Gradiente por US$ 415 milhões de dólares e passou a operar por conta própria na Zona Franca de Manaus.
Em 2003, a Gradiente saiu da lista Interbrand, onde são relacionadas as marcas mais valorizadas no Brasil, mas ainda era líder no setor de eletroeletrônicos, no país, segundo a Forbes.
Fonte: Tecmundo
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