‘Dinheiro não traz felicidade, mas dá uma sensação tão parecida', dizia ex-secretária presa no Amazonas
A ex-secretária de Infraestrutura do Amazonas, Waldívia Alencar, que foi presa na última quarta-feira (18), na Operação Concreto Armado, que investiga fraudes em licitações e contratos da pasta, entre 2009 e 2015, compartilhou diversos registros de viagens nas redes sociais após sair da secretaria. Ela teria desviado R$ 40 milhões quando estava no cargo, que deixou no dia 3 de outubro de 2015.
"Foi um período de grandes desafios e grandes conquistas. Descobri coisas novas, trabalhei muito, estudei muito e aprendi muito, muito mais. Conheci e convivi com vários talentos e grandes profissionais nas mais diversas áreas. Peço a Deus que proteja todos eles e a mim também. Finalizo expressando o meu amor pela engenharia, afinal de contas, sou engenheira de formação; o meu amor pela minha cidade de Manaus e o meu estado e o amor e o desejo de ajudar o meu povo do Estado do Amazonas”, compartilhou em seu perfil do Instagram.
Ela utilizava o perfil para registrar seu dia a dia no trabalho, com várias fotos em obras e comentários sobre o andamento das operações. Após sair da pasta, ela passou a compartilhar várias fotos em viagens e com legendas de auto ajuda, como ‘mortais não são simplesmente movidos a dinheiro, promoções, comida, sexo, compras e contas a pagar. Mortais são movidos a felicidade’.
Após a prisão, usuários descobriram o perfil, que parou de ser atualizado em janeiro de 2016, e começaram a acusá-la de ter utilizado o dinheiro público para bancar a viagem, que passou por alguns estados na região nordeste. Postagens em que ela diz que ‘dinheiro não traz felicidades, mas dá uma sensação tão parecida que é necessário um especialista para ver a diferença’, por exemplo, se tornaram alvo da raiva dos internautas.
Influente, Waldívia passou por três governos no Amazonas – Omar Aziz, Jose Melo e Eduardo Braga. O Ministério Público Estadual dá conta de que ela e seus familiares acumularam 23 imóveis espalhados em vários estados avaliados em mais de R$ 11 milhões. O número de imóveis, no entanto, pode chegar a 40, segundo planilhas encontradas com Waldívia.
Além dela, Vanessa Alencar da Silva (filha), Michel Ferreira de Alencar Monteiro (filho), José Maria Pertote de Figueiredo (esposo) e Rafael Clementino Pinto da Silva (genro), também são investigados e suspeitos de atuarem na organização criminosa.
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