Estudo demonstra importância da atividade física na prevenção da osteoporose
A prática de atividade física vigorosa e de alto impacto apresenta maior associação com a massa óssea. As fases da infância e adolescência são fundamentais para maior aquisição e manutenção da massa óssea, e esse depósito desempenha um fator importante na prevenção da osteoporose na fase adulta e terceira idade. É o que aponta um estudo científico apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam).
Dissertação de mestrado de Hector Colares estudou a mecânica da massa óssea no ser humano
O projeto “Massa óssea em adolescentes: Qual a relação com atividade física e composição corporal?” é resultado da dissertação de mestrado de Hector Colares, e foi amparado pelo Programa de Bolsas de Pós-Graduação em Instituições fora do Estado do Amazonas (PROPG-AM), Edital nº 010/2015.
A osteoporose é uma doença metabólica sistêmica caracterizada pela deterioração da microarquitetura do tecido ósseo, e tem como principal característica a fragilidade esquelética com risco de fraturas osteoporóticas na velhice.
Atividades físicas regulares como, por exemplo, saltos, corridas e musculação são benéficos para saúde óssea porque desenvolvem, entre outros fatores, a massa magra que pode influenciar positivamente a massa óssea.
Exercícios físicos são benéficos para ganhar massa óssea e reduzir risco de contrair a doença
Durante a infância e, especialmente, durante a adolescência, ocorre um processo chamado de pico de massa óssea que é caracterizado pela maior aquisição de massa óssea nessa fase da vida, que consiste na incorporação de minerais, como cálcio e fósforo, aos ossos. Esse processo torna-os resistentes e prontos para exercer algumas de suas funções no corpo: proteção e sustentação.
Esses depósitos de massa óssea, acumulados na adolescência, acompanham o indivíduo até a fase adulta, quando naturalmente os níveis de massa óssea começam a diminuir, o que pode tornar a pessoa mais vulnerável a desenvolver a osteoporose.
“Se a massa óssea construída ao longo da adolescência for baixa ou se tiver diminuição acentuada nesse período, a fragilidade e as fraturas ósseas podem ocorrer”, esclareceu Hector Colares.
Coleta e análise de informações
A coleta de dados foi realizada durante o período de 2016 e 2017, com 118 adolescentes, com idades entre 10 e 14 anos, tomando como base os limites cronológicos da adolescência, definidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS) que estabelece que adolescentes são indivíduos na faixa etária entre 10 e 19 anos de idade.
Na investigação foram avaliados 59 indivíduos do grupo controle (adolescentes com peso normal segundo o Índice de Massa Corporal – IMC) e 59 indivíduos do grupo caso (adolescentes com sobrepeso segundo o IMC).
Para medir a composição corporal (massa óssea, massa magra e massa de gordura) dos adolescentes foi utilizado método padrão ouro, conhecido por Absorciometria por dupla emissão de raios-X, também conhecido como “Dexa”, que faz o exame de imagem (ultrassonografia) por emissão de raios-X de dupla energia.
O pesquisador explica que a Dexa calcula a quantidade de ossos em gramas por corpo ou determinado segmento de um indivíduo. Com essa informação é possível verificar se o conteúdo mineral ósseo (quantidade de osso em gramas) apresenta valores normais ou se a pessoa tem o risco de desenvolver osteoporose na fase adulta ou na velhice.
Quando analisado qual das variáveis antropométricas (massa gorda ou massa magra) teriam maior fator de explicação para a massa óssea dos adolescentes, verificou-se que, de maneira geral, a massa magra foi a variável mais importante como determinante da massa óssea em adolescentes saudáveis. Com isso pode-se sugerir que atividades que estimulem a massa magra têm elevada importância no estímulo da massa óssea.
Esse tipo de avaliação, voltada para verificar a composição de massa óssea na adolescência, por meio da prática de atividade física e fatores antropométricos (massa gorda e massa magra), pode contribuir para fomentar estudos com foco na intervenção e prevenção da osteoporose, e consequentemente diminuir os gastos exorbitantes da saúde pública com esse problema de saúde mundial.
Foto: Érico Xavier
ASSUNTOS: doença metabólica sistêmica, fapeam, Hector Colares, mestrado, osteoporose, pesquisa, Amazonas