Ex-combatentes das Farc têm trabalhado para facções na Amazônia, diz PF
Manaus/AM - A Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM) em parceria com a Polícia Federal (PF), está monitorando a atuação de ex-combatentes das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), na venda de drogas nos rios da região Amazônica. Segundo o chefe da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) da PF no Amazonas, Caio Eduardo Avanço, os ex-guerrilheiros estão trabalhando como "free-lancers" para facções que exploram o tráfico de drogas na região.
Conforme o delegado, eles atuariam, principalmente, na escolta de carregamentos de drogas que saem do Peru e da Colômbia e entram no Brasil pelos rios da região."Eles agem como seguranças no transporte de drogas e viajam pelos rios da região até Manaus, de onde esses carregamentos são depois transportados para outras regiões do país e para outros países", disse em entrevista ao UOL.
De acordo com Caio Avanço, as evidências que comprovam a atuação dos ex-guerrilheiros partem de relatos fornecidos por informantes da polícia bem como o aumento no volume de armas apreendias na região. Nos dois primeiros meses de 2018, a SSP-AM apreendeu cinco fuzis no Estado, mais do que os três que haviam sido apreendidos em todo o ano de 2017.
Segundo o delegado, as armas que vêm sendo apreendidas no Estado, são utilizadas por esses ex-guerrilheiros durante a escolta das drogas.
O secretário de Segurança Pública do Estado, Bosco Saraiva, ressalta que no momento não há indícios de que as Farc estejam vendo esses armamentos para traficantes brasileiros, mesmo assim o Governo do Estado já afirmou que irá instalar uma base fluvial na confluência dos rios Negro e Solimões, próximo a Manaus, para aumentar a fiscalização das embarcações que chegam à capital.
Bosco Saraiva disse ainda, que o controle da fronteira é muito difícil devido às características da região, devido sua grande extensão ser composta por floresta fechada. "É uma tarefa muito difícil. Estamos tentando fazer o que é possível para combater a chegada dessas armas à região, mas a situação é realmente preocupante", afirma.
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