Fruto da Amazônia, caramuri é nutritivo e tem poderes medicinais, diz estudo
Manaus/AM - Pesquisa aponta que o caramuri (Caramuri Pouteria elegans), fruto nativo da Amazônia, possui alta composição de potássio, ferro e magnésio, além de conter mais vitamina C que a laranja. Os resultados do estudo desenvolvido no Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (Inpa), com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), foram publicados no Journal of Food Properties, com o artigo Aromatic and nutritional profile of an Amazonian autochthonous species, Caramuri Pouteriaelegans (A.DC.) Baehni.
O trabalho é resultado do projeto “Frutos Amazônicos para produção de Alimentos Funcionais” apoiado pela Fapeam, por meio do programa Universal Amazonas edital Nº 030/2013, desenvolvido pelos pesquisadores do (Inpa/MCTI), Francisca das Chagas do Amaral Souza e Jaime Paiva Lopes Aguiar. O artigo foi assinado também pelos pesquisadores Dionísia Nagahama, além do bolsista de pós-doutorado, Edson Silva, e o professor do Centro de Estudos Superiores de Tefé (Cest – UEA) Raimundo Junior.
Segundo Jaime Aguiar, o estudo buscou englobar o fruto para analisar seus constituintes nutricionais. “Constatamos que caramuri é muito rico em minerais, fibra, magnésio, ferro, cálcio, potássio. Além de toda essa composição nutricional, descobrimos também que ele é muito rico em fibras solúveis e fibras insolúveis e que possui o triplo de Vitamina C que a laranja” conta.
Sem estudos
Francisca Chagas destaca que não existia estudo científico para a fruta e que o resultado da pesquisa indicou que o caramuri tem potencial para ser utilizado pela indústria alimentícia e farmacêutica.
“Através da pesquisa descobrimos que existe uma comunidade conhecida por “Caramuri”, o mesmo nome da fruta, que está interessada na utilização do fruto, devido a boa quantidade de produção. Agora é unir as forças, o conhecimento científico com os produtores e ver os possíveis produtos que poderão ser obtidos a partir dessa matéria-prima, obtendo uma farinha, ou uma bebida, o que for viável. Vamos testar para repassar esse conhecimento para a comunidade e quem sabe futuramente gerar produtos alimentícios”, relata.
Chagas explica que além do valor nutricional foi detectado o valor funcional do fruto que também é um dos focos do estudo. “Observamos que ele é rico em antioxidante dentre eles o Pileno e também antimicrobiano. Identificamos uma série de compostos pertencentes à classe dos monoterpenos e terpenóides, compostos não apenas de interesse para a indústria alimentícia como também para a indústria farmacêutica”.
Caramuri
Aguiar explica que o período de frutificação do caramuri é de setembro a fevereiro, com árvores podendo chegar a 30m de altura. “É uma fruta pouco difundida na região principalmente porque existe uma cultura que diz que ela só aparece a cada 4 anos, por meio da pesquisa descobrimos que ela pode ser reproduzida em menos tempo”, disse.
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ASSUNTOS: amazônia, Caramuri, fapeam, inpa, minerais, Vitamina C, Cura pela Natureza