Greve dos petroleiros se expande para o interior do Amazonas
Manaus/AM -Após cinco dias de greve nacional, a categoria petroleira segue com mais adesões em unidades do Sistema Petrobrás pelo Brasil. No Amazonas, além da Refinaria Isaac Sabbá (Reman), a categoria petroleira da Transpetro, processadora de gás natural da Petrobras, em Coari (distante a 363 quilômetros de Manaus) também aderiu o movimento grevista na última quarta-feira (5), aumentando para mais 80% a adesão da greve no Estado.
As equipes que atuam no Gasoduto Coari-Manaus e nas Ecompos de Juaruna e Coari está entre as novas unidades do Sistema Petrobrás no movimento grevista. O movimento começou no último sábado (1), por tempo indeterminado, e totaliza a participação de 17 mil petroleiros distribuídos por 50 bases em 12 estados, de acordo com levantamento realizado pela Federação Única dos Petroleiros (FUP) nesta quarta-feira (5).
A greve é motivada pela decisão da Petrobrás de fechar a Fábrica de Fertilizantes (Fafen) do Paraná e pelo descumprimento, por parte da empresa, de cláusulas e negociações firmadas no Acordo Coletivo (ACT) em outubro de 2019, assim também como o processo de desindustrialização da empresa e os valores abusivos de combustíveis e gás de cozinha nos estados. Também completou o sexto dia, a ocupação pacífica de uma sala no Edifício Sede (Edise) da Petrobrás pela Comissão de Negociação Permanente, formada por diretores da FUP e do Sindiquímica que tentam negociação com a empresa.
Greve não irá afetar abastecimento e preço dos combustíveis
O Sindicato dos Petroleiros do Amazonas (Sindipetro-AM) garante que a greve não impacta no abastecimento e no aumento do combustível no Amazonas. “Neste primeiro momento da greve, a própria gestão da empresa enche os tanques para fornecer para as distribuidoras, portanto garantimos que não haverá impacto no abastecimento de combustíveis para a população. Então, a transferência para as distribuidoras continua normalmente e nossa greve não impacta no aumento dos preços dos combustíveis.”, destaca o coordenador-geral do Sindipetro-AM, Marcus Ribeiro.
Um dos principais objetivos dos petroleiros é garantir o preço justo dos combustíveis e defender a autonomia produtiva da refinarias da Petrobrás. O Sindipetro-AM destaca que o Brasil está entre os 10 maiores produtores de petróleo do mundo e paga um dos valores mais elevados de combustíveis, devido a atual gestão da Petrobras reduzir a 45% a operação das refinarias nos Estados, entre elas a Reman, para poder importar a gasolina e o diesel e vender a preço internacional.
Em Manaus, o preço da gasolina em Manaus, que possui valor mínimo de R$ 4,67 é formado por diversos fatores entre eles impostos e encargos. De acordo com dados da Petrobras, A composição do preço da gasolina e do diesel é formado por 30% da realização Petrobras, 16% CIDE e PIS/PASEP e Confins, 29% ICMS e 12% distribuidoras e revendas. Enquanto o valor do gás de cozinha é formado em cima de 37% da realização da Petrobras, 03% do PIS/PASEP e COFINS, 16% do ICMS e 44% de distribuição e revenda.
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