Manaus teve registro de 25,3 mil crimes de violência doméstica em 2018
Manaus/AM - No ano passado, Manaus registrou 25,3 mil casos de violência doméstica. A maioria desses crimes teve mulheres como vítimas. Elas responderam por 96,9% dos casos que chegaram aos Distritos Integrados de Polícia Civil. Foram 24,5 mil queixas entre situações de lesão corporal, difamação, violação de domicílio e outros tipos de ocorrência.
Os dados são da Secretaria de Segurança Pública (SSP-AM). Enquanto a polícia recebeu 24.553 casos de violência doméstica tendo mulheres como vítimas, os homens registraram 775 casos ao longo de todo o ano passado. Em comum, ambos os gêneros sofrem majoritariamente com ameaça, injúria e lesão corporal. O levantamento engloba mais de 20 tipos de crimes sofridos no ambiente doméstico.
A predominância da violência contra a mulher tem origem histórica, na avaliação da delegada Débora Mafra, titular da Delegacia Especializada em Crimes Contra a Mulher (DECCM). Os agressores, na maioria quase absoluta dos casos, são homens, ressalta a policial.
“O agressor subjuga e violenta a mulher querendo demonstrar poder e dominação. Tendo origem na desigualdade física, social, histórica e cultural entre homens e mulheres, elas são submetidas à violência de um agressor pelo machismo histórico”, explica Mafra.
Crescimento
Até junho deste ano, o número de casos de violência doméstica especificamente contra mulheres cresceu 11% na comparação com igual período do ano passado. Foram 13 mil registros. Apesar do número elevado, as autoridades destacam que o acionamento da polícia representa conseguir quebrar um ciclo de violência vivenciada, às vezes, por décadas.
“Geralmente a violência doméstica contra as mulheres está relacionada à relação íntima de afeto, com quem tem ou teve este relacionamento. Existe ainda, infelizmente, muita subnotificação da violência doméstica. Alguns entraves fazem com que elas não denunciem, como vergonha de expor a intimidade, dependência financeira, emocional e a crença de que o parceiro vai mudar”, pontua a delegada da Mulher.
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