MP aponta pagamento de R$ 200 milhões a ex-gestor da Suhab em contrato no Amazonas
Manaus/AM - O ex-diretor da Superintendência de Habitação do Amazonas (Suhab), José Júlio César Correia, receberia R$ 200 milhões da empresa Ezo Soluções Interativas caso garantisse que o Governo do Amazonas pagasse R$ 5 bilhões pelos serviços de identificação de R$ 27 bilhões que supostamente o Estado teria direito a receber do Fundo de Compensação de Variações Salariais (FCVS). Essa afirmação foi dada pelo promotor Cláudio Sampaio, em coletiva à imprensa no início da tarde desta terça-feira (18), sobre a deflagração da operação “Bilhete Premiado”, que ocorreu na manhã de hoje.
O possível ‘acordo premiado’ ocorreu após a empresa ser contratada pela Suhab em outubro de 2017, no final do mandato interino de David Almeida como governador do Amazonas. De acordo com o promotor Cláudio Fonseca, esse foi um dos motivos para o MP, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), iniciar as investigações que resultaram na operação desta terça.
Entre outras irregularidades apontadas na investigação está na falta de justificativa para contratação da Ezo, que foi realizada por meio de dispensa de licitação sendo que a mesma não realizava esse tipo de serviço e que o suposto valor de R$ 27 bilhões que a empresa teria identificado e que o governo teria o direito de recuperar do FCVS, na realidade não existia, segundo avaliação da Caixa Econômica Federal.
Além de José Júlio César Correia, o ex-superintendente da Suhab, Nilson Cardoso e o servidor Leandro Estevan, tiveram suas residências sendo alvos do cumprimento de mandados de busca e apreensão. Segundo o MP, celulares documentos, contratos e computadores foram apreendidos. Após a análise destes materiais e documentos é que o MP terá uma dimensão do esquema na Suhab.
A empresa Ezo não foi citada como uma das investigadas, pois o MP ainda não identificou irregularidades praticadas por ela e sim pelos ex-gestores.
Os investigados estarão respondendo pelos crimes de tráfico de influência, falsificação, fraude, crimes contra lei de licitação e existe a possibilidade de responderem pela criação de uma organização criminosa.
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