Durante o III Simpósio Nacional de Combate à Corrupção neste sábado (9) no Plaza Shopping, em Manaus, o delegado federal Pablo Oliva disse que o êxito obtido até aqui se deve, em grande parte, ao apoio da sociedade.

Em conversa com o Portal do Holanda, ele afirmou que é imprescindível que o povo participe desses acontecimentos: "A sociedade tem participação única, ímpar e indispensável. Hoje em dia nenhum movimento tem resultado se o povo não estiver do lado. A gente tem acompanhado vários movimentos sociais em que a população mostrou que tem força, e sempre que ela mostra essa força o resultado vem. 2018 é um ano diferente, em que a sociedade tem a oportunidade de mostrar essa força e só vai haver combate à corrupção se a população estiver do lado."

Sobre o crescimento do combate à corrupção, Oliva explica: "A gente tem visto essa evolução não só na prática mas em números. Em 2008 a PF teve mais ou menos 18 operações, e ano passado nós tivemos mais de 600 operações. Os números demonstraram que a criminalidade está sendo coibida. A verdade é que ainda temos muito trabalho a fazer, mas acredito que estamos no caminho certo".

Questionado sobre a delação premiada ser um instrumento perigoso, já que o delator pode revelar detalhes importantes mas também pode se utilizar do depoimento para afirmar mentiras, ele explica: 

"A delação premiada é um instrumento que já existe no Direito há bastante tempo mas que vem sendo testado agora. Existe um equívoco de achar que a colaboração premiada gera um privilégio. Ela não gera exatamente privilégios, o que faz é descobrir detalhes de organizações criminosas a partir de integrantes daquela organização. Seria praticamente impossível você conseguir chegar em alguns pontos se não houvesse pessoas que dessem esses detalhes, então é um é muito bem vinda mas é claro que é um instrumento que ainda está em construção e as pessoas que dão seus depoimentos são responsáveis pelo que dizem. Então se elas acusarem pessoas de maneira indevida, elas também vão ser punidas, sem dúvida."