Policlínica Codajás passa a ter acompanhamento nutricional a pacientes com doença que limita a ingestão de proteína
A Policlínica Codajás, unidade da Secretaria de Estado da Saúde (Susam), no bairro Cachoeirinha, zona sul de Manaus, passou a contar, este mês, com um novo serviço: o atendimento nutricional a pacientes diagnosticados com fenilcetonúria. Trata-se de uma doença genética, causada pelo excesso de um aminoácido no organismo (fenilalanina), provocando lesão no cérebro. Os pacientes em tratamento precisam controlar a ingestão diária de proteína.
Segundo a diretora da Policlínica Codajás, Shaira Castro do Vale, 90% do tratamento dos pacientes com fenilcetonúria consiste em cuidados com a alimentação. A fenilcetonúria, disse ela, é uma das doenças que são diagnosticadas por meio do exame de triagem neonatal, conhecido como Teste do Pezinho. No Amazonas, a Policlínica Codajás é referência no tratamento dessas patologias, com exceção da doença falciforme, cujo atendimento especializado é realizado na Fundação Hospitalar de Hematologia e Hemoterapia do Amazonas (FHemoam), que fica no bairro Chapada, zona centro-sul da capital. “Em fevereiro deste ano, a Policlínica obteve a certificação e verba do Ministério da Saúde para implantar seu ambulatório de triagem neonatal. Dentro das ações, está a qualificação da equipe, inclusive para a oferta desse novo serviço”, afirmou a diretora.
Atualmente, existem 27 pacientes de fenilcetonúria cadastrados na Policlínica. O diagnóstico é realizado na FHemoam, que é para onde a amostra de sangue colhida durante o Teste do Pezinho é enviada. Se o resultado for positivo, o paciente é encaminhado para iniciar o tratamento na unidade de saúde.
A responsável pelo acompanhamento nutricional dos pacientes de fenilcetonúria, na Policlínica Codajás, é a nutricionista Ana Alexandrina. Ela obteve a qualificação após treinamento realizando no Núcleo de Ações e Pesquisas em Apoio Diagnóstico (Nupad) da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). “Esses pacientes precisam seguir uma alimentação diferenciada para o resto da vida. Por isso, a importância de um acompanhamento de um profissional de nutrição especializado para atendê-los. Por conta da doença, eles precisam controlar a ingestão de proteína diária. Daí a necessidade desse atendimento”, explica Alexandrina.
A nutricionista ressalta que o organismo do paciente com a doença não consegue processar o aminoácido chamado fenilalanina. O problema é que este aminoácido está presente em diversos tipos de proteínas. Sem conseguir processá-lo, o organismo acumula fenilalanina acima do permitido, causando complicações no cérebro.
Entre os alimentos que o paciente não pode ingerir estão carnes de qualquer tipo (boi, porco, carneiro, aves, peixe, linguiça, presunto, salsicha, salame e qualquer produto que os contenha, como salgados), grãos (feijão, ervilha, grão de bico, lentilha, soja, amendoim e qualquer produto que os contenha), leite e qualquer derivado (queijo, iogurte, coalhada, requeijão, doce de leite e qualquer produto que os contenha).
O ambulatório de triagem neonatal da Policlínica Codajás conta com profissionais das áreas de endocrinologia, genética, gastroenterologia, enfermagem e assistência social. Em breve, com a construção de um novo espaço físico, que já está em processo de contratação de empresa, o serviço contará também com cozinha experimental e fisioterapia, informou a diretora.
A coordenadora estadual de Triagem Neonatal do Amazonas, Cleomirtes Sales, da Susam, disse que é um grande avanço contar com o serviço especializado em nutrição para pacientes com fenilcetonúria. “É um grande reforço para o tratamento”, declarou Cleomirtes.
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