Augusto Banega Montenegro*

Um Avião Caravan, da empresa Clayton Táxi Aéreo, a mesma empresa em que a Secretária de Educação do Amazonas, Cíntia Régia Gomes, utilizava quando morreu, caiu hoje de manhã (28), às 06h20, em uma floresta atrás do depósito das lojas Ramson´s, na rodovia Torquato Tapajós, a 200 metros da cabeceira do aeroclube de Manaus.

Naquela quinta-feira, dia 13 de maio de 2010 morreram, além de Cintia, mais cinco pessoas. O avião Sêneca da empresa Clayton caiu em Manaus atrás de uma escola e de um terminal de ônibus no bairro zumbi. Hoje, o avião Caravan caiu nas matas entre a Ramson´s e a antiga AABB matando o piloto, Antônio José de Almeida Maia, de 34 anos. Como semelhança, o nome da empresa: Clayton Táxi Aéreo.

E hoje, faz exatamente uma semana que o Ministério Público Estadual (MPE) abriu inquérito civil público para investigar o Aeroclube de Manaus por estar localizado nas proximidades de residências da capital. De acordo com o MPE, a presença do Aeroclube na rodovia Torquato Tapajós, praticamente no Centro de Manaus, compromete tanto a segurança do tráfego de veículos quanto de moradores residentes nas imediações da escola de aviação.

Segundo o Portal Amazônia, o Aeroclube localiza-se na Avenida Nilton Lins, no bairro Flores, zona Centro-sul da cidade. A área já foi alvo de acidentes envolvendo aeronaves da escola de aviação. Em 2007, após decolar da empresa, um avião bimotor caiu em um condomínio residencial próximo ao Aeroclube. O bimotor atingiu uma casa que estava em construção. Na época, ninguém morreu no acidente. O piloto e o único passageiro a bordo tiverem ferimentos leves. Porém, o cheiro forte de querosene obrigou a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) a interditar o local.

Faz bastante tempo que moradores de condomínios espalhados por todos os lados do Aeroclube reclamam da proximidade da pista. E não é sem tempo que o MPE inicia a investigação que, aliás, recebeu hoje, infelizmente, uma dose de substância com o acidente do Caravan e com a conseqüente morte do piloto. Agora parece que não tem mais jeito. Ou o Aeroclube muda de local, levando suas tralhas e bagagens, ou muitas famílias vão conviver com o medo o tempo todo, uma vez que outros acidentes podem acontecer matando gente inocente.

Cabe ao MPE essa missão. Não vai ser fácil, mas o MPE deve saber que a maior parte da população de Manaus já está do seu lado, dando-lhe apoio, para que o medo seja afastado de uma vez da área do Centro. Tchau, Aeroclube.

*É Jornalista